Levantamento feito pelo YouGov Global Profiles mostrou que média global está em torno de 6%
Dados do YouGov Global Profiles mostraram que, do número total de consumidores que dizem trabalhar no setor de Tecnologia da Informação (TI) e telecomunicações, 66% são homens. De acordo com o levantamento, esse dado, combinado com o fato de que este setor emprega uma população relativamente pequena de profissionais, significa que poucas mulheres fazem realmente parte da indústria de tecnologia.
Este princípio também se aplica à América Latina. Também segundo dados do Global Profiles, apenas 6% das mulheres empregadas na região dizem fazer parte da indústria tecnológica. A porcentagem, embora semelhante à média global (também 6%), varia de país para país.
No Brasil, por exemplo, 7% das mulheres consumidoras dizem fazer parte do setor de TI/Telecom, enquanto o número cai para 5% na Colômbia, e de apenas 3% na Argentina. No México a cifra é de 6%, muito semelhante à média do continente.
Apesar de ser uma pequena fração da população feminina na América Latina, os dados do Global Profiles sugerem uma forte correlação entre as mulheres que trabalham na indústria tecnológica e várias situações que sugerem níveis mais altos de bem-estar econômico e social.
Por exemplo, 40% das mulheres empregadas na indústria de tecnologia têm filhos menores de 18 anos, quase o dobro do 26% de mulheres em todos os outros setores. Elas também são substancialmente mais propensas a serem casadas ou a estarem numa união civil (59% X 48%).
Além disso, metade das mulheres empregadas no setor de tecnologia dizem ser proprietárias da sua casa, sem dívidas, hipotecas ou qualquer crédito pendente, em comparação com 41% de todas as outras latinas empregadas.
Talvez o mais importante: elas são significativamente mais bem remuneradas: 21% das consumidoras latino-americanas que trabalham com TI/Telecom têm alta renda (mais de 200% da média), em comparação com 9% das latinas que trabalham em outros setores.
Queda na renda
Estas melhores condições socioeconômicas também parecem ter servido de escudo contra a recente crise financeira. O estudo das perspectivas econômicas de 2023 da YouGov sugere que, de modo geral, a renda discricionária das mulheres no mundo inteiro caiu em 52% em relação a 2022. Mas as mulheres latino-americanas do setor tecnológico ainda estão otimistas sobre sua situação financeira, especialmente em comparação com as mulheres empregadas em outros setores.
O Global Profiles observa que sete em cada dez mulheres que trabalham no setor de TI e telecomunicações concordam que a sua situação financeira é melhor agora do que há um ano. Além disso, 59% dizem que se sentem financeiramente seguras. Entre as mulheres latino-americanas que trabalham em qualquer outro setor, as porcentagens são de apenas de 58% e 48%, respectivamente. Mais importante para as marcas, as mulheres que trabalham no setor de tecnologia na América Latina estão muito mais dispostas a gastar.
(Crédito: Javier Quesada na Unsplash)