Exatamente nesta quarta-feira (25), o Milhas do Bem, da Smiles, completa um ano. O programa conta com mais de 50 milhões de milhas arrecadadas para projetos que beneficiam, segundo Loraine Ricino, diretora de marketing da Smiles, 1.700 crianças e adolescentes em situação de risco. Neste bate-papo, a executiva contou ao PROPMARK alguns dos desafios do projeto, que ajuda entidades sociais voltadas para educação, esporte e empreendedorismo em parceria com sete instituições: Junior Achievement, Fundação Dom Cabral, Instituto Reação, Parceiros Voluntários, ESPM Social, Rede Cruzada e PROA. 

 Qual o maior desafio de montar um projeto como este? Como garantir que ele será cumprido e como vencer a obsessão das empresas por metas, números e crescimento? 

O nosso maior desafio é a participação do cliente, engajá-lo nas causas sociais e apresentar os resultados de cada projeto. Para isso, atuamos de forma muito transparente, com a prestação de contas periódicas. Com a preocupação em tornar ainda mais fácil a doação, implementamos o arredondamento no check-out do Shopping Smiles (e-commerce de varejo), no qual, ao completar o pagamento, o cliente é convidado a arredondar o valor da compra com a doação de milhas para os apoiados pelo Milhas do Bem. Outra estratégia é o comprometimento de toda a empresa com os projetos de responsabilidade social. Acreditamos que a mudança deve começar internamente. Representantes de diversas áreas participam de comitês de discussão e incluem o Milhas do Bem em campanhas especificas de suas áreas! O futuro ideal é que não existam mais áreas de responsabilidade Social, mas que todas as áreas pensem com responsabilidade pelo social.

Quais ganhos se leva em conta em projetos como este, uma vez que não há ganhos monetários? 

O maior ganho é a possibilidade de transformar o futuro desses jovens. Nós acompanhamos de perto os projetos educacionais que apoiamos em encontros com a direção de cada projeto. Ouvir o agradecimento e o quanto é importante esse apoio é o melhor resultado que podemos ter. Por outro lado, as empresas estão começando a perceber seu papel e o impacto social dessas ações na sociedade. Quando olhamos para a vertente do voluntariado, no qual ajudamos uma instituição da região de Barueri – CEPAC, percebemos que os funcionários estão abraçando a causa. Só no primeiro ano do projeto, já são mais de 50% deles que se dedicam às atividades sociais – troca de cartas e e-mails em inglês, debate sobre profissões, aulas (por exemplo: de educação financeira, combate à evasão escolar e projeto de vida), simulação de entrevistas de emprego, aprendendo uma profissão (o beneficiado é convidado a passar um período na Smiles para acompanhar o dia a dia de um profissional cuja atividade ele tem interesse), entre outras. As atividades são todas durante o horário de expediente dedicado ao voluntariado.

Como foram selecionados os projetos beneficiados pelo programa? Que critérios seguiu?

Primeiramente definimos as causas que tinham mais a ver com a empresa e que iriamos apoiar. Entendemos que educação, esporte, empreendedorismo e gestão estavam alinhados aos nossos valores. Com a ajuda de uma consultoria especializada, fomos estudar as instituições pelo Brasil. Critérios éticos, escopo de trabalho, gestão e organização, tamanho e não dependência financeira foram alguns dos critérios utilizados para a escolha dos parceiros. Hoje estamos muito felizes com todos eles: Rede Cruzada, Instituto Reação, Junior Achievement, Fundação Dom Cabral, ESPM Social, ONG Parceiros Voluntários. Recentemente incorporamos mais um parceiro, o Instituto Proa – eles têm um trabalho incrível em empregabilidade – mais de 80% dos jovens que passam por lá estão empregados. Isso é impacto real. Isso é geração de oportunidade.

Como é a mecânica, hoje, do projeto Milhas do Bem?

A cada milha doada pelo cliente, a Smiles doa mais uma milha. É uma forma de incentivar e potencializar a ação. As milhas são convertidas em dinheiro, que é repassado às instituições parceiras. Há diferentes formas de doar: a escolha de um projeto especifico e doar diretamente para ele; arredondar o valor da compra no Shopping Smiles ou participar de campanhas incentivadas.

 Por exemplo: entramos juntos com o movimento #diadedoar em 2017. Nessa campanha, oferecíamos bônus aos clientes que transferiram para a Smiles pontos do cartão de credito e parte desse bônus era revertida para o Milhas do Bem.

Qual o futuro do projeto, quais os próximos passos?

Em apenas um ano, há muito a ser feito. Queremos de fato impactar a vida desses jovens e promover o futuro deles. Queremos alcançar o valor de 1 bilhão de milhas arrecadadas. Nossos parceiros estarão conosco pelo menos por mais um ano, pois a construção dos projetos precisa de continuidade e 2 anos, é um prazo mínimo para uma análise de impacto.

Quais os números, hoje, do programa Smiles no Brasil?

São mais de 14 milhões de clientes, que juntos arrecadaram no primeiro trimestre de 2018 mais de 22 bilhões de milhas e resgataram 19 bilhões de milhas em recompensas, principalmente em passagens aéreas nacionais e internacionais. A Smiles faturou no primeiro trimestre de 2018, R$ 507 milhões e teve um lucro líquido de R$ 155 milhões.

Assista ao vídeo comemorativo do primeiro ano do projeto: