Meio é capaz hoje de informar e interagir ao mesmo tempo com o consumidor; digital ajudou a acelerar o surgimento de novos formatos

Quem diria! O patinho feio virou cisne. A analogia faz sentido quando se compara o antigo outdoor ao que se transformou hoje a mídia exterior. O setor ganhou nome em inglês – out-of-home – e por consequência uma enxuta sigla de três letrinhas: OOH. Não tem como comparar o outdoor de antes com os painéis de hoje.

O crescimento é impulsionado a partir de um interesse cada vez maior das marcas em anunciar no meio, porque o OOH é capaz de informar e interagir com o consumidor, que está em movimento, explorando a cidade. Consequentemente, o comportamento acelera o surgimento de novos formatos e a necessidade de planejamento por parte das empresas. É aí que entra a inovação e a criatividade cada dia mais afiada para chamar a atenção, sem ser invasivo.

Este ano, inclusive, o OOH foi destaque no Festival de Cannes, conquistando Leão de Ouro, com “Parada de ônibus", criado pela AlmapBBDO para a Eletromidia (veja mais detalhes nas próximas páginas deste especial). Essa mídia se tornou muito poderosa porque a grande maioria da população, segundo dados da Kantar Ibope Media, se diz impactada (85%) por publicidade em OOH, superior ao dos Estados Unidos (55%), Reino Unido (60%) e Espanha (79%).

Uma das vantagens do meio é que o público pode ser atingido de diferentes formas. Ainda conforme dados da Kantar Ibope Media, 59% dos brasileiros afirmam terem sido impactados por propagandas em estabelecimentos como supermercados, shoppings e universidades. Esse tipo de publicidade também foi notado pela população em transportes públicos (59%), mobiliários urbanos, como relógios de rua e pontos de ônibus e táxis (58%), e grandes mídias, a exemplo de outdoors e painéis (54%).

Formatos
Em relação aos formatos, a publicidade exibida nos digitais também tem se consolidado. Entre as pessoas que consumiram propaganda OOH, 53% disseram que a viram a partir de formatos de exibição digitais (DOOH) – um incremento de 11% nos últimos cinco anos.

b.drops em salões de beleza: tecnologia permite novos formatos (Divulgação)

Outro relatório, criado pelo Cenp-Meios, apontou que o OOH foi a mídia que mais cresceu em 2022, em termos de investimentos publicitários, fechando o ano com faturamento de R$ 2,1 bilhões e share de 10,2%, atrás só da TV e internet. De acordo com a OAAA (The Out of Home Adversiting Association of America), a mídia exterior experimenta um crescimento vertiginoso desde 2019. Esse desempenho só é possível muito em função da inovação e tecnologia embarcadas e nos diferentes segmentos que o meio pode explorar, como a mídia indoor.

Segundo Felipe Viante, diretor na b.drops, os últimos anos testemunharam uma profissionalização e consolidação do segmento, impulsionada especialmente pela transformação digital. Para ele, a adoção de tecnologias digitais proporcionou ao OOH novas possibilidades de mídia, permitindo anúncios mais dinâmicos e interativos. “Essa digitalização também possibilitou o uso de informações de dados para segmentação de audiência, garantindo uma abordagem mais assertiva e personalizada aos targets. O OOH tem se destacado como um pilar crucial no mix de mídia de muitas campanhas publicitárias, com crescimento constante, capacidade de superação e contínua evolução por meio da transformação digital. À medida que o setor se reinventa, proporciona oportunidades valiosas para os anunciantes alcançarem seus públicos de maneira cada vez mais eficiente e impactante”.

Ele lembra ainda que o OOH é uma forma de publicidade conhecida por estar presente na vida das pessoas, tradicionalmente associada a formatos como relógios, abrigos de ônibus e aeroportos. No entanto, nos últimos anos, empresas têm se especializado em micromomentos e atingido targets mais específicos. “Telas digitais têm sido instaladas em diversos ambientes, incluindo veículos de aplicativo, elevadores residenciais, supermercados e, no caso da b.drops, em salões de beleza e barbearias. Esses locais proporcionam aos anunciantes maior clareza em relação ao perfil do público impactado”, esclarece.

Peça da Vivo criada pela Galeria.ag: inovação sem limites (Divulgação)

Ele diz acreditar ainda que esses novos ambientes são especialmente vantajosos para os anunciantes, pois possibilitam uma abordagem mais segmentada e direcionada. “Compreender o contexto e os interesses do público em momentos específicos da jornada diária é uma das principais vantagens do OOH nesses formatos. Uma característica relevante desse avanço é que a maioria desses novos formatos é 100% digital, o que abre possibilidades para campanhas via compra programática, que tem ganhado cada vez mais espaço no mercado, e, no caso da b.drops, já representa 20% do faturamento no primeiro semestre de 2023”, revela. Ainda segundo Viante, essa tendência é uma resposta às necessidades dos anunciantes que buscam maior eficiência na alocação de recursos e maior precisão na entrega de suas mensagens. “Ao utilizar a compra programática, é possível otimizar a veiculação dos anúncios de acordo com o momento mais adequado”, afirma.

Sobre as novidades da empresa este ano, o executivo conta que, em janeiro, iniciou um projeto que engloba desde o treinamento dos barbeiros no uso da linha Natura Homem até visitas de grupos de profissionais à fábrica para conhecer detalhes dos produtos, bem como workshops com os profissionais. “Dentro das barbearias, além das mídias nas telas, ativamos o ambiente com cardápios dos produtos, que contêm um QR code direcionado para o site. Além disso, transformamos os barbeiros em consultores Natura”, explica.

Segundo ele, durante o atendimento de mais de uma hora, o cliente tem a oportunidade de assistir a conteúdos e mídias sobre a linha Natura Homem nas telas, enquanto é atendido com produtos da própria marca na bancada e no lavatório. “Essa experiência ainda permite ao cliente a opção de adquirir os produtos diretamente com os barbeiros consultores ou pelo site, recebendo os produtos em sua casa. Essa abordagem resulta em uma jornada do cliente totalmente imersiva, envolvendo-o com a marca de maneira autêntica e personalizada.

Essa estratégia ganhou o nome de “Espera Positiva”, cujas marcas têm a oportunidade de estabelecer um relacionamento mais próximo e duradouro com seu público-alvo, gerando não apenas vendas, mas também fidelização e satisfação do cliente.

Leia a matéria completa na edição de 7 de agosto de 2023