Campanha traz depoimentos de familiares das vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, em 2019

Lançada nesta quarta-feira (27), no Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do Trabalho, a campanha Amanhã pode ser tarde traz depoimentos das famílias das vítimas do rompimento da barragem de rejeitos da mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, em 2019, deixando 272 mortos — sendo 130 empregados da Vale e 121 funcionários terceirizados.

Os vídeos contam com os depoimentos, colhidos junto a integrantes da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (Avabrum), de uma mãe, uma irmã e um primo, respectivamente, de Priscila Elen Silva, Sirlei de Brito Ribeiro e Flaviano Filho, vítimas da tragédia.

A campanha tem como objetivo alertar as pessoas para que tragédias como a que aconteceu em Brumadinho não aconteçam mais.

"Os vídeos se baseiam na ideia do direito à memória das histórias das vítimas, além de servir de alerta sobre os danos existenciais causados em familiares e sobre os danos ambientais", afirmou Lariza Squeff, diretora da LS Comunicação, que coordena as ações de comunicação e publicidade do Projeto Legado de Brumadinho.

A campanha, que está sendo divulgada nos canais do Projeto Legado de Brumadinho, será veiculada nas redes sociais de veículos públicos e em emissoras privadas.

“É preciso dar voz às pessoas que estão vivendo essa perda. Os erros precisam se tornar lições para que nunca mais sejam cometidos. Esperamos que, após o que ocorreu em Brumadinho, as lições sejam aprendidas. Quando o valor da vida só está presente em campanhas corporativas bonitas, de responsabilidade social e ESG [Environmental, Social and Governance — meio ambiente, social e governança], bate um sentimento de grande frustração. É fundamental lembrar que, nos casos de Brumadinho e de Mariana, as empresas deixaram seus trabalhadores e a comunidade totalmente vulneráveis”, completou Alexandra Andrade, presidente da Avabrum.