Comediante participou do 'Relate 2025', evento realizado pela Zendesk em Las Vegas (EUA)

O comediante e escritor Trevor Noah não faz piada quando o assunto é o compromisso e propósito das marcas. “As lideranças das empresas têm a responsabilidade de ser proativas para melhorar a vida de seus colaboradores e consumidores”, adverte o apresentador do podcast ‘What Now?’ e ex-apresentador do 'The Daily Show', programa que conduziu por sete anos.

Noah participou da sessão ‘A candid conversation with Trevor Noah: Insights on connection and resilience’, realizada durante o ‘Relate 2025’, evento anual organizado pela empresa de experiência do consumidor Zendesk. Mediado por Adrian McDermott, CTO da Zendesk, o painel ocorreu na manhã desta quarta-feira (26) no centro de convenções do Aria Resort & Casino, complexo operado pelo grupo MGM Resorts International na cidade de Las Vegas, em Nevada (EUA).

“Ouça, aprenda e deixe a curiosidade guiar o futuro”, sugere Noah, em resposta às incertezas disseminadas pelo uso da inteligência artificial (IA). Ele reconhece que a superexposição às telas e redes sociais favorece o isolamento das pessoas, situação que pode se agravar com a IA, mas acredita que a culpa não é só das plataformas. “A sociedade mudou”, observa.

Trevor Noah e Adrian McDermott, CTO da Zendesk, durante o painel ‘A candid conversation with Trevor Noah: Insights on connection and resilience’ (Johnny Wolf/ Divulgação Zendesk)

O alerta endereça os limites que as pessoas devem ter para controlar exageros e ter mais consciência sobre os perigos do universo digital. “Protegemos as crianças no mundo físico, mas não da mesma forma no online”, compara. “É nossa a responsabilidade de moldar a tecnologia”, acrescenta. Noah acredita no potencial da IA para extrair o melhor das pessoas. “Aí tem conexão”, afirma.

Em seu podcast, Noah se preocupa em gerar conteúdos que tenham significado para as pessoas. “Nas redes sociais, todos opinam, reclamam. Precisamos identificar boas conversas nesse ambiente”, diz. Para ele, as perguntas certas indicam o caminho de crescimento. “Empresas que têm ideias levam as pessoas a executá-las”, aponta.

A motivação pressupõe maturidade para entender que desafios são brechas para oportunidades. O momento de transição imposto pela IA traz aflições, por exemplo, para o mercado de trabalho. Noah convoca as companhias a protegerem empregos. “Elas têm de se preocupar com isso. O desemprego é um dos piores momentos da vida de uma pessoa”, pontua.

Para além do engajamento, é preciso eliminar complexidades. Manejar a relação da marca com os consumidores passa por compreender momentos de atrito. Não adianta gerar conexão por conflitos. “A interação precisa significar algo, ter valor para a pessoa”, conclui.

(Crédito da foto no topo: Johnny Wolf/ Divulgação Zendesk)