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Fatores como segurança e credibilidade impulsionam a preferência dos consumidores pela leitura através de mecanismos impressos em meio à revolução digital que, sem dúvida, agregou novos hábitos à forma de acessar informação e conteúdo. A conclusão é de uma pesquisa realizada em junho deste ano em 10 países pelo instituto Toluna, por encomenda da Two Sides, organização sem fins lucrativos criada pela indústria da comunicação impressa. O estudo teve uma amostra de 10,7 mil pessoas, das quais 1040 no Brasil.

No recorte brasileiro, a leitura no digital só é superior nos jornais com 54%, contra 46% nos impressos. “Pode-se supor que a principal razão dessa preferência seja a atualização instantânea das notícias no digital, ao passo que o jornal impresso traz as informações do dia anterior”, destaca a pesquisa. No caso da revistas, porém, 61% estão decididos a fazer uso da versão gráfica. “Como têm um ciclo de vida mais longo, nesse caso as notícias podem ser mais detalhadas; os leitores podem retomar à mesma edição em dias diferentes”, analisa o estudo.

A experiência de ler um livro manuseando o papel é relevante para 78% dos entrevistados. Faz sentido: as livrarias tradicionais permanecem com fôlego que perturba os que previam sua decadência. Pelo visto, não deu certo. Apesar do e-book ser uma alternativa e conveniência para os aficionados, ele ainda é minoritário. A Amazon, que desenvolveu o leitor eletrônico Kindle, concentra a maior parte do seu faturamento anual com a venda de livros físicos.

“A leitura pode ser também uma forma de lazer, de passa tempo; os leitores retomam a leitura em dias diferentes. Para o ato de estudar, os livros impressos são mais agradáveis para manuseio. Pode-se supor ainda que as pessoas preferem o livro impresso porque é menos cansativo para os olhos, do que a luz da tela do computador, tablet ou semelhante”, interpreta o estudo da Two Sides.

Fabio Mortara, country manager da empresa no Brasil, diz que esse comportamento reflete a confiabilidade que os canais impressos transferem para os leitores. O Brasil é 3º colocado no ranking de leitura impressa. “A pesquisa mostrou uniformidade de comportamento e uma clara presença das publicações impressas. E uma disposição para o direito do consumidor de receber faturas e meios de pagamento impressos” diz o executivo.

Sobre materiais comerciais, a pesquisa relata que “a maioria gosta de receber malas diretas impressas personalizadas ou folhetos promocionais impressos, 63% e 58% respectivamente. Também prestam mais atenção em anúncios e malas diretas impressas do que online; 49% concordam que não prestam atenção em email marketing ou propaganda online, E 56% não confiam em muitas na propaganda online e 46% fazem o possível para bloquear propaganda online”.