Marcio Cavalieri, sócio e co-CEO da RPMA, fala que o foco da agência está também em tecnologia, reputação, gestão de crises e de influencers
Uma das principais agências de PR independentes do mercado brasileiro, a RPMA, liderada pelo sócio e co-CEO Marcio Cavalieri, propõe diversificação e olhar para o futuro para manter proposta PRable para conectar pessoas e marcas. O negócio, embora ainda com peso significativo, não vive mais de assessoria de imprensa.
O foco passa por tecnologia, reputação, gestão de crises e de influencers, branded content, relacionamento e uso da inteligência artificial. “Uma boa campanha de publicidade não se sustenta se não houver reputação. E a reputação se constrói com PR, trabalhando o thought leadership da liderança e trazendo autoridade nos temas e assuntos do segmento”, esclarece Cavalieri, que em 27 anos de carreira já trabalhou para mais de 350 marcas.
A RPMA tem 62% de mulheres, 27% LGBTQIAP+ e 20,5% pretos, pardos e amarelos.
Qual é a essência da RPMA após a fusão realizada em 2019, um pouco antes da pandemia?
Quando planejamos o processo, tínhamos em mente uma empresa com porte robusto, que oferecesse uma oferta de serviços mais ampla e não perdesse a intimidade com os clientes. Tudo isso, com a agilidade e a autonomia que uma empresa independente tem, em relação a agências que estão debaixo de grandes grupos. Nossa proposta de valor, que é conectar pessoas e marcas, foi muito bem recebida. Percebemos esta oportunidade também por conta de uma necessidade que vem sendo apontada nas últimas edições do PR Scope, onde os clientes manifestam o desejo de ter um parceiro que integre a comunicação de fato, com soluções rápidas para resolver os problemas de comunicação em um mundo cada vez mais complexo. Por isso, hoje nos posicionamos como Grupo RPMA, atuando em PR, marketing digital e comunicação ntegrada, por meio de três marcas: RPMA, agia e Brainstory.
Quais foram as demandas na pandemia?
Na pandemia, as soluções de comunicação digital foram o caminho para muitas marcas se comunicarem e se relacionarem com seus públicos. Costumo dizer que a Covid-19 foi a propulsora para a transformação digital nos negócios e serviços que ainda não estavam digitalizados. Por exemplo, estratégias de LinkedIn para porta-vozes foram essenciais num momento em que não aconteciam encontros presenciais de relacionamento. Os eventos presenciais viraram lives, e por aí aconteceram muitas transformações e adaptações nas ofertas das agências. A necessidade de se comunicar vai muito além da plataforma, meio ou tecnologia disponível. Hoje, percebo que muito do que foi aprendido se incorporou ao dia a dia das empresas, melhorando uma série de processos e quebrando uma barreira de preconceito contra o trabalho híbrido.
Como se adaptou ao home office?
Sempre tivemos um viés muito tecnológico, sendo pioneiros no uso de inteligência artificial, inbound marketing e até social media no passado, dentro do universo de agências de PR. E nossa equipe é continuamente treinada e estimulada a aprender o uso de tecnologia e novas linguagens em seu dia a dia. Neste sentido, o trabalho remoto já era uma realidade (tínhamos um dia por semana de home office). Na ocasião do fechamento geral decretado pelo governo de São Paulo, a RPMA já possuía toda a infraestrutura para operar de maneira remota na nuvem, oferecendo notebooks, celulares corporativos e um programa de apoio aos funcionários para investirem em sua estrutura de home office. Além disso, operamos em uma estrutura de workflow com soluções colaborativas que permitem que o trabalho se desenvolva muito bem. Hoje, operamos em um modelo híbrido.
As expertises das duas agências: a RP1, mais para varejo, e a RMA, tecnologia, foram mantidas?
Sim e foram ampliadas. Por exemplo, a RMA era forte nos segmentos de tecnologia e Saúde, B2B; e a RP1 muito presente na indústria, varejo, consumo e B2C. A RPMA, além de manter estas expertises, ampliou sua experiência e clientes para outros mercados, como, por exemplo, energias renováveis.
Como é a gestão após a saída dos seus sócios originais e a chegada da Claudia Rondon?
Nos dividimos de maneira harmônica e sinérgica, onde cada um coloca a serviço o que pode oferecer de melhor, tanto para a empresa, como para nossos clientes e colaboradores. Meu foco é no relacionamento com clientes e novos negócios. A Claudia atua na governança e backoffice.
Qual o diferencial da agência?
Nosso trabalho é pautado pela metodologia OKR (Objetivos e Resultados Chave), que garante que estejamos totalmente alinhados com a estratégia de negócios dos nossos clientes.
No passado, empresas de PR tinham no seu escopo o trabalho de assessoria de imprensa. Como é hoje?
Entendemos que a gestão de reputação de uma marca deve ser feita em todos os pontos de contato de uma marca com seus públicos. Neste sentido, tudo é PR!
Leia a entrevista completa na edição do propmark de 11 de novembro de 2024