Estúdio criado por Luiz Villano e Wladimir Winter aposta em produtos com foco na construção de valor cultural e de mercado para marcas

A Unboring Company nasceu com a proposta de romper os limites entre agência, produtora e consultoria. Fundada por Luiz Villano, CEO, e Wladimir Winter, CCO, a empresa se define como um estúdio de criatividade e negócios. Na prática, isso significa oferecer ideias que se desdobram em campanhas, produtos, propriedades intelectuais ou serviços.

Para os sócios, o entretenimento deixou de ser um recurso estético e passou a ocupar o centro da estratégia de comunicação. “Hoje, se não for bom o suficiente para disputar o tempo livre das pessoas, não adianta nem tentar disputar o bolso delas”, afirma Villano. A lógica é criar relações mais profundas entre marcas, talentos e audiências.

Winter e Villano, cofundadores da Unboring, apostam na criatividade como motor de negócios e na cultura como estratégia (Divulgação)

Nesse contexto, a Unboring se estrutura em três frentes: a Brand Entertainment Studio, dedicada à criação de campanhas baseadas em entretenimento; a Unboring Originals, responsável pelo desenvolvimento de IPs com viés de marca; e a Unboring Enterprises, que atua como um think tank criativo em parceria com uma consultoria de M&A. Esta última busca transformar ideias em ativos de mercado, com produtos e serviços próprios.

Winter explica que a Unboring Enterprises responde a uma inquietação sobre o papel da criatividade. “Ela [a criatividade] não deveria ser uma disciplina a serviço do briefing. Pode — e deve — ser fundadora de novas teses de negócio. Marcas que não geram valor de mercado estão fazendo marketing, não branding.”

A estrutura da companhia tem atraído profissionais com experiências diversas fora da publicidade tradicional, como ex-roteiristas de humor, especialistas em games, produtores de conteúdo e executivos com histórico em plataformas digitais. “Quando você tem criativos que vêm da cultura, da arte, da tecnologia, você não está adaptando uma linguagem. Você está partindo dela. A gente acredita que o melhor jeito de entender uma nova lógica de consumo é colocar na mesa quem já vive dentro dela”, explica Winter.

A companhia já atende de forma recorrente um grande anunciante, com projetos que vão da criação e produção de campanhas televisivas a ações digitais e cocriação de produtos. Villano explica que esse processo comprova que a criatividade pode ser um pilar de negócio. “A gente não mede o sucesso pelo filme no ar, mas pelo valor de marca construído, pelo IP que nasce, pela comunidade que se forma. E sim, com métrica, com mídia e com ROI.”

Do ponto de vista estratégico, a Unboring aposta no entretenimento como ponte para gerar conexão orgânica e emocional com o público. A ideia é ocupar a chamada “espiral de recomendação” — espaço em que uma boa história circula por mérito, não por impulsionamento pago. “Movimento não se cria com um post, nem com verba. Cria-se com ponto de vista e consistência”, resume Villano.

Na área de desenvolvimento de IPs, a empresa já lidera dois projetos originais: um sobre empoderamento feminino e outro sobre vício em telas, este em parceria com a produtora MyMama. Ambos estão em negociação com distribuidores e potenciais patrocinadores. Outras frentes em andamento incluem temas como futebol, IA, wellness e empreendedorismo.

Para o futuro, a ambição dos fundadores é consolidar a Unboring como uma referência na transformação de ideias em valor tangível. “Esperamos trabalhar com marcas que compartilhem dessa ambição criativa. Que queiram sair do ‘modo briefing’ e entrar no ‘modo coautoria’”, afirma Winter.