Holding tem retração de até 6% no segundo trimestre, mas reforça aposta em dados e inteligência artificial
Com uma reformulação de metas após um desempenho abaixo do esperado no segundo trimestre, quando a receita líquida caiu 5,8%, a WPP encerrou o primeiro semestre com retração de 10,2% na receita líquida. A receita total, no mesmo período, caiu 7,8%. Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira (7).
Diante desse cenário, a previsão anual da holding foi revisada no mês passado e agora indica uma possível queda entre 3% e 5% na receita líquida orgânica de 2025. A liderança da companhia também passará por mudanças, com Mark Read, atual CEO da WPP, deixando o cargo em setembro, sucedido por Cindy Rose, ex-Microsoft.
Reestruturação da WPP Media
Uma das principais transformações do semestre foi a reformulação da área de mídia. A WPP Media, que substitui oficialmente a GroupM, passou a operar como uma unidade totalmente integrada e orientada por inteligência artificial. Entre os marcos do período estão o lançamento da ferramenta Open Intelligence e a aquisição da InfoSum, plataforma de colaboração de dados com foco em privacidade e segurança.
Read destacou a importância dos investimentos no período: “Graças à nossa aposta contínua em IA, podemos olhar para o futuro com confiança. Vimos avanços consistentes na plataforma WPP Open, que hoje já é usada por cerca de 85% dos funcionários com interface com clientes”.
Principais números do semestre
- Receita total: £6,663 bilhões
- Receita líquida: £5,026 bilhões
- Lucro operacional headline: £412 milhões
- Margem operacional headline: 8,2%
- Lucro líquido headline: £219 milhões
- Lucro diluído por ação (headline): 20,0p
- Dividendos: 7,5p por ação
Reorganização global
Um dos motivos para a baixa na receita da WPP foi a diminuição dos investimentos por parte dos anunciantes, especialmente na América do Norte e na China. Para contornar a situação, a holding cortou custos, com redução de 3,7% no quadro de colaboradores desde o início do ano, encerrando o semestre com 104 mil funcionários.
As ações de reestruturação, especialmente na operação de mídia, devem gerar mais de £150 milhões em economia bruta anual a partir de 2026. A companhia também reduziu o uso de freelancers em 13% no último ano, com o modelo representando 6,7% do quadro.
Perspectivas para o restante do ano
A companhia manteve a previsão de queda entre 3% e 5% na receita líquida em 2025. O fluxo de caixa operacional ajustado antes do capital de giro deve ficar entre £1,1 bilhão e £1,2 bilhão no ano, abaixo da estimativa inicial de £1,4 bilhão.
No segundo semestre, a nova CEO assumirá a liderança com a missão de revisar a estratégia da companhia e acelerar iniciativas de crescimento sustentável. “Nosso foco é encontrar um equilíbrio entre investimentos em inovação e retornos aos acionistas, com flexibilidade financeira para executar nossa visão de longo prazo”, disse Read.
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