Tentando equilibrar ritmo e harmonia em seus negócios, uma empresa brasileira está à procura da batida perfeita no competitivo mercado de streaming dominado por grandes players globais. Antes mesmo do Spotify começar a atuar no país, em 2013, o Superplayer começou as suas atividades em solo nacional. O objetivo? Utilizar tecnologia e curadoria para prover a música certa para cada momento da vida das pessoas. “Fomos precursores na criação de playlists por atividades”, conta Gustavo Goldschmidt, CEO da empresa que fundou junto com os seus irmãos Fabio e Cassio.  

Em 2014 a Superplayer passou a fazer parte do grupo Movile, líder em aplicativos e serviços móveis na América Latina e dona de plataformas como iFood, PlayKids e Sympla. Buscando inovação, foi em 2015 o primeiro serviço de streaming no mundo a ter um chatbot que conseguia, em linguagem natural, enviar playlists baseadas nas solicitações dos usuários. Neste período, além de potencializar a plataforma, a empresa também utilizou seu know how tecnológico para desenvolver chatbots para diversos artistas, como Thiaguinho, Padre Fábio de Melo entre outros.

Agora, em uma nova fase, a companhia também tem se especializado em ajudar as marcas a tirarem do papel projetos que envolvam música e tecnologia. No portfólio da divisão Superplayer & Co já estão projetos como Azul Sounds, canal de áudio das aeronaves da Azul; SBT Hits, serviço de streaming do SBT e Bradesco Music, aplicativo de conecta os clientes do Bradesco a experiências musicais, e outros serviços.

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Confira abaixo uma entrevista com o CEO da empresa:

Qual é a base de usuários e o tamanho do catálogo da plataforma?

Nossos aplicativos têm mais de 4,5 milhões de downloads e impactamos mensalmente mais de 2 milhões de pessoas. Temos contrato com as maiores gravadoras e agregadores de música do mundo. Hoje contamos com mais de 25 milhões de música licenciadas. Ainda assim, cada serviço tem a sua própria identidade, ou seja, nem todos eles precisam de todas as músicas. Parte do nosso trabalho é ajudar as marcas a entender o melhor compromisso entre acervo e custo para o objetivo dela.

A empresa passou por uma reformulação em seu modelo de negócio nos últimos anos. Você pode resumir como se deram essas reformulações?

Desde 2016, o Superplayer passou a ser a principal empresa independente brasileira com licenciamento das maiores gravadoras do mercado. Em paralelo, por competir por muitos anos no mercado B2C, junto com as maiores empresas de tecnologia do mundo, desenvolvemos um conhecimento muito grande em produtos digitais (modelos de negócio, usabilidade, tecnologia, etc). A união desses dois ativos acabou nos colocando em uma posição singular para conseguir ajudar as marcas nas suas ambições que envolvessem música e tecnologia. Para gente, esta transição foi muito natural.

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Fale um pouco sobre os produtos e soluções que a Superplayer apresenta para as marcas.

Nossos pilares são: estratégia, tecnologia, licenciamento e curadoria musical. A partir destes quatro pontos, conseguimos entregar basicamente tudo o que a marca imaginar envolvendo música e tecnologia. Nossos principais produtos são plataformas de streaming white label (como o SBT Hits ou o Bradesco Music), campanhas de marketing customizadas (como o Santander Superbanda – um concurso digital de bandas universitárias) e serviços de entretenimento de bordo (como o Azul Sounds). Dito isto, recentemente começamos também a investir bastante para combinar nosso conhecimento em curadoria musical e tecnologia para melhorar a forma como os mais diferentes tipos de estabelecimentos comerciais trabalham e gerenciam sua música ambiente.

Explique um pouco da operação Superplayer & Co. A empresa já desenvolveu projetos para quantos clientes/anunciantes?

Dentro do aplicativo Superplayer, já trabalhamos com centenas de anunciantes fazendo projetos muito legais. A maioria deles tratavam-se da criação de playlists relacionadas ao conceito da marca ou de determinada linha de produto. Temos cases fenomenais com a Olla, Engov, Tramontina, Bauducco, Zaffari Bourbon, Unisinos, entre outros. Já nesta pegada de desenvolver projetos mais complexos, que envolvem não só curadoria musical, mas desenvolvimento tecnológico, temos mais de sete projetos diferentes em operação.

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Por que a relação entre a música e as pessoas pode trazer tanto valor para as marcas?

A música toca cordas que a razão não consegue tocar. Ela tem o poder de despertar reações emocionais mais intensas do que qualquer outra criação humana. Além disso, a música está ligada a atitudes. Assim como toda a forma de arte, ela é forjada pelas condições do ambiente em que é criada (política e econômica). No entanto, a música talvez seja a mais popular, disseminada e democrática forma de arte, dando poder de voz do pobre ao rico. Isto faz com que as grandes revoluções sociais estejam sempre acompanhadas de grandes movimentos musicais. Ambos estes pontos são ferramentas preciosíssimas para as marcas, pois provêm uma conexão direta com o propósito (why) de cada marca / produto e como o nosso cérebro reptiliano.

O fato de ser uma empresa brasileira neste mercado tão global de streaming dá, de certa forma, alguma vantagem competitiva para a Superplayer?

Certamente! A mais óbvia é que entendemos o povo brasileiro como ninguém. Isto não se manifesta apenas na curadoria musical, mas no design da interface dos aplicativos, na concepção do modelo de negócio junto aos nossos parceiros, nas estratégias de distribuição e tarifação. Sabemos que o Brasil tem uma série de peculiaridades, com relação à qualidade da infraestrutura de internet ou com a disseminação / fricção de assinatura pelo modelo de cartão de crédito. Conhecemos muito bem esse terreno e transmitimos aos nossos clientes os atalhos que aprendemos ao longo dos anos. Por fim, o fato de estarmos próximos aos nossos clientes corporativos em toda a concepção da estratégia do projeto e, depois, durante o desenrolar do projeto junto ao público, faz com que estes fiquem muito mais satisfeitos e seguros quanto ao rumo dos projetos. Fazermos questão de dar um atendimento premium a todas as empresas com as quais trabalhamos.