Não foi fácil trabalhar nestas primeiras semanas de janeiro. Ruas vazias, pessoas ainda em ritmo de câmera lenta, telefonemas não atendidos, e-mails voltando com mensagens de ausência…

Estava solicitando um job a um fornecedor logo na primeira semana de 2017 e ele me retorna, surpreso: “Mas já?! O ano ainda nem começou…”.

Começou, sim! Embora alguns ainda não queiram, o ano já começou. E todos nós deveríamos acreditar nisso. Sabemos que teremos mais um ano desafiador (usando um eufemismo). Não dá para perder tempo. Não dá para esperar para depois do Carnaval.

O ano de 2017 será pródigo em feriados prolongados. Serão nove, ao todo. Para quem só pensa como empregado, a notícia é boa. Mas para quem pensa em performance, em resultado do negócio, a notícia é ruim.

Teremos menos dias de trabalho, de comércio aberto, de gente produzindo. Será bom talvez só para o setor de turismo e entretenimento. A indústria prevê perda de R$ 66 bilhões, decorrentes desses feriados prolongados.

Já para o comércio, as perdas são estimadas em R$ 10,5 bilhões, que podem ser compensados pelos R$ 10 bilhões de incremento previsto pelo turismo (segundo a ABAV).

Mas se o ano é difícil, não devemos desperdiçar tempo e oportunidade. Para animar um pouco esse início de ano modorrento, semana passada tivemos duas boas notícias: a inflação de 2016 ficou dentro da meta – 6,29%, abaixo, portanto, do teto de 6,5% – e o Copom reduziu a taxa Selic em surpreendente 0,75%, chegando a 13% ano.

Para quem já estava acostumado com a maré de notícias ruins (na verdade, um tsunami), não deixa de ser um alento começar o ano com esses bons indicadores.

Então, vamos nos animar e arregaçar as mangas. Vamos nos mirar no exemplo do prefeito de São Paulo, que não esperou um dia sequer para colocar em prática um plano de ação em prol da nossa cidade e tem aproveitado todo o tempo disponível para colocar em prática ações de melhoria para São Paulo.

Vamos aproveitar esses dias mais tranquilos para colocar a casa em ordem. Vamos nos livrar do entulho gerado em 2016, no sentido literal e no figurado. Limpar o computador, limpar gavetas, limpar o pessimismo…

Na cultura japonesa, a faxina de virada de ano é de vital importância. Segundo eles, se mantivermos nosso ambiente cheio de coisas inúteis, não abriremos espaço para as coisas boas.

Quem leu meu artigo na edição de 9 de janeiro do PROPMARK (De vassoura na mão) verá este como uma sequência.

Acho que todos nós somos responsáveis por tirar da frente o negativo e partir para a ação com criatividade e dedicação.

Voltando ao nosso 2017, que começou com um verão senegalês, as previsões melhoram um pouco depois das duas boas notícias da macroeconomia e já se prevê um segundo semestre bem melhor.

Ainda teremos uma boa luta para manter os nossos negócios ativos e rentáveis nos primeiros meses, mas é preciso acreditar na melhora. Não uma crença de Poliana, mas um pensamento positivo que pode fazer toda a diferença. O otimismo destrava negócios, faz aumentar o consumo, em síntese, faz a roda da economia girar mais rápido.

Se continuarmos com uma expectativa pessimista, os investimentos não acontecem, os negócios ficam represados, com uma péssima reação em cadeia, com um efeito dominó que nos atinge a todos.

Por outro lado, se encararmos esse mau momento como passageiro, com a certeza de que, daqui para a frente, só pode melhorar, a melhora vem de verdade.

Mas não bastará só o otimismo. Será necessário ir à luta e fazer as coisas acontecerem. E já!

Então, fica combinado: 2017 já começou! E, se você acreditar, ele começou com tudo.

Alexis Thuller Pagliarini é superintendente da Fenapro (Federação Nacional de Agências de Propaganda)

alexis@fenapro.org.br