A televisão ganhou concorrentes. E esses concorrentes estão, quase sempre, guardados no bolso ou dentro da mochila. Smartphones e tablets se tornaram, hoje, novas opções de entretenimento para o consumidor. YouTube e Netflix são alguns dos exemplos.
A prova de que essas mídias estão ganhando cada vez mais espaço na vida de uma pessoa é o estudo “IMS Video in LatAm”, que fornece um olhar profundo sobre os espectadores de vídeo digitais e as suas atividades.
A pesquisa, conduzida pela comScore, coletou informações de oito mil usuários no Brasil, México, Argentina, Colômbia, Chile e Peru que assistiram conteúdo de vídeo digital durante junho a agosto de 2015.
O estudo analisou vários aspectos de consumo de vídeo digital, incluindo o perfil dos telespectadores, o uso de dispositivos, o tempo gasto, tipo de conteúdo e a interação em relação à publicidade em vídeo.
No Brasil, por exemplo, existem mais pessoas assistindo video on demand do que TV aberta: são 82% contra 73%. Essas pessoas, ainda de acordo com dados da pesquisa, gastam um total de 13,6 horas por dia assistindo VOD – 8,1 horas a mais que o tempo gasto assistindo televisão.
“Uma vez que o hábito de assistir vídeos pela internet chega numa família, ele ultrapassa o hábito de ver televisão rapidamente”, afirma Enor Paiano, VP Sênior de Partnership Sales da IMS.
O executivo revela ainda quais são os produtos mais consumidos por este usuário. “Os formatos mais consumidos são filmes, seriados, vídeo clipe, música. Esse tipo de conteúdo Premium é valorizado por quem assiste esses produtos digitais”, garante Paiano. “As pessoas estão consumindo mais pela internet, é verdade, mas o conteúdo não difere tanto do que é consumido na TV”, alerta.
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O segmento de video on demand abre um espaço para a publicidade. Para Enor Paiano, com o crescimento desse nicho, as anunciantes podem ser mais certeiros no investimento. “Essa é uma área que proporciona uma segmentação mais assertiva, que pode ser baseada no comportamento do usuário e, até mesmo, na geolocalização”, explica.
Sobre o futuro desse mercado, Paino diz ver uma grande oportunidade para as marcas. “O mercado latino-americano é um mercado voltado extremamente para a televisão”, diz. “Essa questão do consumo intenso do conteúdo digital e da injeção de verbas neste novo universo ainda está sendo muito pouco explorados”, complementa.