Estudo “Inside Rádio”, da Kantar Ibope Media, mostra que emissoras buscam inovação omnichannel em smartTVs, podcasts e streaming

A primeira transmissão de rádio no Brasil ocorreu no dia 7 de setembro de 1922, nas comemorações do primeiro centenário da independência do país. Roquete-Pinto foi o desbravador da tecnologia, com a sua Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a primeira a fazer uma transmissão, justamente para o aniversário da independência. Em 1936, ele doou a marca ao governo Getúlio Vargas, que a transformou em Rádio MEC.

São 101 anos de um meio que passou a fazer parte da cultura popular brasileira devido a sua diversificação de conteúdo- da música aos noticiários - identificação com os profissionais e a instantaneidade na difusão de notícias importantes, muitas vezes até mais veloz do que os canais da internet.

Dos modelos a válvula, passando pelos de pilha e agora na palma da mão, por meio dos smartphones, o meio se reinventa para garantir entretenimento  às múltiplas audiências, como as transmissões esportivas, marcadas pelo hábito dos torcedores acompanharem jogos nos estádios com narração de nomes  icônicos como Fiore Gigliotti, Osmar Santos e Jorge Cury, por exemplo.

Explorar a curiosidade do ouvinte, como esclarece a Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (Aesp), é o jeito de apresentar novas formas de conexão e diálogo, especialmente para o público jovem. Por essa razão, a entidade lançou a campanha “O rádio é” para provocar no público um gatilho mental para entender do que se trata, atraindo ouvintes e anunciantes para um dos mais populares veículos de comunicação, esclarece a Aesp. A ação está sendo veiculada gratuitamente em rádios, redes sociais, emissoras de televisão, circuítos de cinema, veículos impressos e OOH.

Essa trajetória centenária é composta por vários momentos. O rádio já foi a mídia predominante e grandes marcas produziam conteúdos customizados nas grades de programação e adotavam naming rights para associar esse tipo de oferta ao escopo mercadológico.

Com a chegada da TV, em 1950, o protagonismo radiofônico ficou em segundo plano, mas muitas métricas implementadas nas suas grades comerciais foram absorvidas pelas TVs. Um benchmark que trouxe vigor para o novo veículo que agregou imagem à programação. Com o avanço da tecnologia, décadas depois, o rádio também pode fazer transmissões com vídeo como YouTube, nos canais próprios de streaming e videocasts como o W/Cast, do publicitário Washington Olivetto, exibido em plataformas como o Globoplay.

A conexão quase automática do rádio possibilita a veiculação de publicidade usando recursos como o testemunhal dos âncoras, que não exige produção rebuscada, mensagens de ofertas de varejos locais, e também jingles mais elaborados. Além das campanhas produzidas nos grandes estúdios especializados como Jamute, Raw, A Voz do Brasil, Nova Onda, S de Samba, Audiola, Blend,  Loud+, Hefty, Carbono, Hitmaker, Lucha Libre, Sonido e Canja Áudio e Cultura, por exemplo.

Histórica
Com toque sofisticado, conhecida como a emissora da música clássica, a Rádio MEC do Rio de Janeiro fez projeto especial no último 7 de setembro para celebrar seu centenário no ar. Foram 10 horas seguidas com atrações temáticas e “depoimentos de artistas como Fernanda Montenegro, que destacou alguns dos programas sobre cinema e literatura que ela mesma apresentou na emissora.

Helena Theodoro e Marlene Blois falaram sobre a vocação educativa ao destacar o trabalho do Projeto Minerva. A programação infantil e a literatura ganharam uma viagem histórica pelas ondas sonoras na voz de Tim Rescala, Adriana Ribeiro, Ruy Castro e Katy Navarro”, esclarece o comunicado distribuído pela emissora estatal.

“Celebramos a resistência de uma emissora que passou por vários momentos da nossa sociedade, soube se adaptar, nunca se afastou do seu público e nunca perdeu seu objetivo: comunicar para educar”, diz Thiago Regotto, gerente executivo de rádio da EBC (Empresa Brasileira de Comunicaçao).

Leia a matéria completa na edição de 18 de setembro de 2023

(Crédito: Jonathan Velasquez na Unsplash)