“Dessa vez, eu decidi que ia ser o Grand Prix de Film”. Fabio Fernandes, sócio-presidente e diretor-geral de criação da F/Nazca Saatchi & Saatchi, que conquistou o primeiro Grand Prix de Film brasileiro em Cannes, falou em entrevista ao propmark sobre o sonho de ganhar o GP e a trajetória de sucesso do comercial de Leica,’100’, que levou a agência ao topo. “A coisa que eu mais queria em Cannes era ganhar um Grand Prix de Film”, afirmou Fabio. O criativo disse que decidiu duas coisas malucas na vida e uma delas tinha a ver com o GP do Cannes Lions. “Em 2001, vim para cá dizendo que a gente [F/Nazca] ia ser a Agência do Ano. Fiquei contando migalha desde o primeiro prêmio. As pessoas falavam que eu estava maluco. E dessa vez, eu decidi que ia ser o Grand Prix de Film”, contou Fabio.
“É sonho de criança, sonho de começo de propaganda. Eu toquei num Leão desses 25, 30 anos atrás de um japonês que tinha ganho aqui. Foi a primeira vez que eu vi de perto. E o cara estava passando e eu pedi a ele para tocar, posso pegar, posso ver. E por alguma razão, também é bobagem falar isso assim, mas eu sempre quis, sempre sonhei ganhar o primeiro Grand Prix de filme brasileiro. Sempre tive esse sonho, de eu ter a ver com esse negócio”, completou ele.
O publicitário disse que anos atrás era ‘impossível’ ganhar o GP de Film e destacou a capacidade de produção atual do Brasil – a Stink São Paulo é a produtora de “100”, GP do Cannes Lions 2015, criado pela F/Nazca para Leica. “Por uma série de razões, a propaganda era muito mais anglo-saxã, ela já foi inclusive mais francesa aqui em Cannes. Então, exista muito Grand Prix francês. O Brasil não tinha a capacidade de produção que tem hoje, de jeito nenhum. Então grandes ideias, às vezes quando elas eram grandes o suficiente para serem Grand Prix, elas não conseguiam entregar a qualidade estética que elas tinham obrigação para ser um Grand Prix. Para ser ouro já é muito mais difícil. Grand Prix é muito mais perfeito”.
O presidente da F/Nazca falou também que achava que o filme era GP no festival e ressaltou que, com a velocidade de informação nos dias de hoje, ‘100’ virou um sucesso internacional na comunidade de propaganda e de marketing há muito tempo. “Há muito tempo que ouço falar nesse filme como favorito. Há muito tempo, as pessoas me mandam e-mail, mandam parabéns, pedem cópias, universidades, melhores agências dos Estados Unidos. Você vê o negócio acontecendo. De nenhuma resenha dessas feitas por jornais brasileiros, e outros de fora, revistas da Índia, em nenhuma, o filme ficou de fora como um dos favoritos. Isso era uma coisa impensável anos atrás. Acho que tudo isso contribuiu para chegar o momento e a sorte é que a gente estava lá na foto”.