Marcos Evangelista de Moraes, mais conhecido como Cafu, é dono de uma série de títulos que o credencia para o hall dos maiores atletas da história do futebol brasileiro e mundial.Não à toa, seu nome aparece fácil quando o assunto é Copa do Mundo e as campanhas publicitárias que envolvem o torneio.

O pentacampeão estrela o mais recente comercial da Uber Eats e McDonald’s para divulgar o serviço de delivery da rede de fast food em 26 países durante o mundial, mas a lista de marcas que o escalaram é bem mais extensa. Visa, Mastercard e Ambev são apenas algumas delas.

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Em tempos em que o brasileiro parece não ter soltado de vez seu grito para a torcida na Copa, Cafu lembra o papel da comunicação em fazer esse esquenta para o mundial. Na entrevista a seguir, o ex-lateral direito da seleção brasileira fala de sua relação com propaganda, exposição excessiva de imagem e resgate histórico de grandes ídolos por meio da publicidade.

“A Copa é momento excelente para mostrar gente que fez história. Fui penta em 2002, está muito recente, provavelmente sou mais conhecido, mas essa exposição ajuda a resgatar e ficar na memória”.

Essa será a primeira vez desde 2002 que Andrea Pirlo vai assistir a Copa do Mundo como um fã, em casa. Qual foi seu conselho para ele? Foi fácil convencê-lo a torcer para o Brasil?

Claro que como atleta ele queria estar dentro de campo, mas como não vai ser mesmo possível, o negócio é abraçar a torcida como expectador. Aproveitar os jogos com uma bela taça de vinho, coisa que não falta na Itália, e claro, torcer para a seleção brasileira. Foi fácil convencê-lo depois de todos esses anos que jogamos juntos. Ele jogou com outros 6 ou 7 brasileiros, tanto que até arrisca algumas palavras em português.

Algumas pesquisas indicam que o brasileiro não está tão empolgado para o mundial. Você concorda?

Acho que isso reflete o momento que estamos vivendo. O Brasil vem passando um processo político complicado, muita gente está desacreditada e isso se reflete na Copa. A empolgação está muito diferente em relação às outras edições. A essa altura, o Brasil já estaria todo pintado de verde-amarelo, todo mundo desfilando com a camisa.

A propaganda tem papel importante nesse cenário? Ela funciona como um esquenta, como uma forma de colocar a torcida no clima?

É sensacional esse espaço e como a propaganda contribui com a torcida. O torcedor se identifica com determinada marca, com seu grito de guerra. A marca tem papel importante para a torcida, e o oposto também. Quanto mais visível, mais as pessoas memorizam.

Há quem questione o excesso de propaganda e o risco da imagem dos jogadores ficar desgastada. Como avalia isso?

Todo mundo que faz propaganda é porque merece. É mérito de cada jogador por suas conquistas, sua postura dentro e fora de campo. As marcas estão procurando assimilar sua imagem a questões positivas. O Neymar, por exemplo, é o cara do momento. Ele é um dos melhores do mundo, é promessa da seleção brasileira, é natural que ele apareça, não vejo como negativo.

Em tempos de Copa, ex-craques como você costumam ser procurados pelas marcas. É m período representativo?

Copa do Mundo, Copa das Confederações e Copa América são momentos que a gente tem mais visibilidade devido a tudo que já fizemos pelo futebol. É bem bacana essa oportunidade de assimilar jogadores com marcas. Fiz recentemente campanhas para a Uber Eats, Ambev, Nissan, Visa e Mastercard. É uma forma de atrelar nossas conquistas e credibilidade a uma marca. É uma associação direta com atletas que já têm nome no mercado, além de visibilidade no Brasil e exterior.

Além da questão financeira, protagonizar campanhas contribui para um resgate histórico importante?

Claro que contribui. Algumas propagandas recentes resgataram ídolos como Pepe e Rivelino, o próprio Dunga, Gilmar e Vampeta. A Copa é momento excelente para mostrar gente que fez história. Fui penta em 2002, está muito recente, provavelmente sou mais conhecido, mas essa exposição ajuda a resgatar e ficar na memória. É algo super positivo.

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