O segmento de agências de propaganda, que, quando iniciei nele nos idos de 1959, na Multi Propaganda, era bem diferente do que é hoje, volta-se no momento para um aprendizado crescente de finanças.
Naquela época, era improvável pensar-se nessa importante disciplina da administração de qualquer negócio, porque o dinheiro era bem mais fácil de ser ganho pelo setor.
De lá para cá, décadas se passaram e muitas crises abalando a economia do país ocorreram, estreitando os caminhos de passagem das verbas publicitárias.
Hoje, entender de finanças dentro de uma agência não é missão apenas do setor específico, mas também dos personagens que integram os demais setores de atividades que fazem parte do mix desse tipo de negócio que é uma agência de propaganda.
Mais da metade dos funcionários de uma agência tem desenvolvido noções sobre o custo das coisas e, de uma forma mais ampla, ampliado os seus conhecimentos sobre economia de custos.
A própria preocupação com o complience, que permeia as empresas de uma maneira geral, tem exigido das diversas equipes de uma agência um conhecimento maior, e mais aplicado, sobre a importância do dinheiro que entra e, mais ainda, do dinheiro que sai do seu caixa, até porque boa parte disso significa apenas repasse. Algo muito parecido, guardadas as devidas proporções, com o que ocorre com um banco, em que a dinheirama manipulada diariamente não lhe pertence, a não ser o que resulta das taxas de juros cobradas e de outros insumos que integram suas operações do dia a dia.
Portanto, se até recentemente o conhecimento era necessário no setor, hoje tornou-se indispensável e não apenas inerente à função que cada profissional desempenha dentro da agência.
O dinheiro mais curto obriga todos a aprender um pouco mais sobre a importância do seu valor. Parece redundância, mas nem sempre foi assim.
Essa preocupação vale também e principalmente para a coisa pública, agravada por todos os escândalos que temos presenciado através da mídia, acontecidos (e muitos ainda a serem revelados pelas delações premiadas) nos últimos anos no Brasil.
O quase desmanche das finanças públicas, que levou o Brasil a passar pela maior crise econômica desde 1500, que ainda permeia todas as atividades empresariais e o próprio governo, tem muitas origens, dentre elas a desonestidade dos agentes públicos que mergulharam fundo nesse que viria a ser nosso excepcional mar de lama, em vergonhoso conluio com empresários de grandes empreiteiras.
Para o bem geral da nação e a felicidade de (quase) todos os brasileiros, o novo governo acionou uma luz de esperança que vagarosamente começa a iluminar nossa escuridão.
Em seu discurso saudando os vencedores do último Marketing Best Sustentabilidade, realizado pela Editora Referência em parceria com a MadiaMundoMarketing, o titular desta pôs o dedo a meu ver na principal ferida, ou causa de toda essa nossa tragédia: a eleição embora democrática de um punhado de candidatos sem formação escolar, totalmente despreparados para cuidar até mesmo de uma pequena quitanda, quanto mais de um país.
Não podemos nos esquecer desse tipo de erro que a maioria dos eleitores cometeu nos últimos pleitos, torcendo para que não mais se repita por parte de quem mais vai sofrer depois.