Como se sente como cidadão?
Tem um filósofo italiano chamado Emanuelle Coccia que diz: “Viver nada mais é do que se misturar à vida dos outros”. A partir do isolamento – fundamental no combate à pandemia – nos deparamos com infinitas finitudes, e aprendemos sobre a dependência que temos um dos outros. Como pai, filho, colega e amigo, a pandemia impõe a mim e a todos nós, enquanto sociedade, a necessidade de repensarmos o nosso papel como indivíduos cidadãos. A responsabilidade de coexistirmos democraticamente se torna ainda mais forte neste momento.
Como se sente como publicitário?
Como publicitário, me deparo com a necessidade de compreender a dimensão da crise que afeta as saúdes física e mental das pessoas, além da economia, com impacto direto em tantas indústrias e empregos. O nosso negócio é feito de confiança. E construir uma ponte de confiança entre pessoas e marcas, assim como entre as próprias pessoas, tem sido um grande desafio. Por outro lado, o nosso negócio também é feito de comunicar com criatividade, e esse talvez seja o momento de maior importância histórica para essas duas palavras. Comunicação e criatividade. Comunicar de forma clara, coordenada e verdadeira, nunca foi tão importante para empresas, marcas, governos e pessoas. E inovar, conectar as pontas de forma inesperada, é vital nesse momento. E esse é o papel da publicidade. As marcas devem se adaptar simultaneamente às mudanças e a essa nova “normalidade” para planejar o futuro, que será movido pela segurança, conveniência e inclusão. É o momento de ter uma ligação maior, mais ‘bonding’ com as pessoas.
O que pretende fazer para contribuir com o Brasil neste momento?
E, para efetivamente contribuir com o país, precisamos abandonar um pouco nossas crenças individuais e pensar no coletivo, como marca, como empresa e como cidadão. É muito difícil lidar com processos que ainda estão em curso, mas não podemos fugir às nossas responsabilidades. Nesse sentido, o envolvimento e a participação das lideranças corporativas são essenciais para contribuir com o país no momento. Não apenas na geração de empregos, mas também na perpetuação de um ambiente democrático e verdadeiro. Sempre conectando 3 grandes verdades: a verdade das marcas, a verdade do momento e a verdade das pessoas.