Estou no mercado de publicidade há quase 30 anos. Meu primeiro contato com um set de filmagens aconteceu em 1989, na Olhar Eletrônico. Era um set de estúdio e uma das coisas que me lembro bem era o “barulhinho” da câmera de cinema rodando negativo. As famosas latas.Era um processo bem mais complexo e com muito menos margem de erro.Se o fotógrafo errasse na exposição, por exemplo, adeus imagem.Simplesmente não imprimia.Depois,ainda tinha que revelar o negativo, telecinar para então começar o processo de edição.
Hoje, li no jornal que o Steven Sorderberg está lançando um filme de longa-metragem direto numa plataforma de streaming, filmado integralmente com um celular.A possibilidade de corrigir defeitos e consertar imagens é quase mágica hoje.A tecnologia chegou em um ponto onde o impossível no cinema não existe mais.Isso é incrível.Faz você acreditar que dinossauros existem, que Marte é logo ali, com um grau de sofisticação e realidade inimaginável há poucos anos.
Essa pequena reflexão é só pano de fundo para constatar a única coisa que não mudou e não vai mudar nunca: a boa ideia. Ela, sim, é o verdadeiro patrimônio desta indústria, na propaganda, no cinema, na TV ou no celular. Para contar uma boa história é preciso uma boa ideia, e eu acho que essa capacidade maravilhosa é humana e vai continuar sendo por muito tempo.
Viva a ideia!
Egisto Betti é sócio e produtor executivo da Paranoid