Os novos hábitos de consumo têm sido tema constante nas pesquisas, nos estudos e até nas rodas de conversas. É evidente que a chegada da tecnologia e seus avanços nos fez evoluir em um ritmo muito mais rápido. Também foi preciso nos adaptar com as novas formas de consumir. E o entretenimento é um dos mercados que mais sofreu atualização ao longo dos últimos anos.

O novo consumidor, já se sabe, precisa além da agilidade, facilidade e presença online, também sentir segurança e ter alinhamento de ideias com as marcas. Uma pesquisa divulgada pela Accenture, que é uma empresa global de consultoria de gestão, Tecnologia da informação e outsourcing, mostra que 83% dos brasileiros compram de marcas alinhadas com seus valores pessoais. As marcas que não consideram seu público como indivíduos já não conseguem mais sobreviver. É preciso se adaptar, compreender as novas necessidades e encontrar estratégias para se reinventar.

Talvez o exemplo mais famoso deste novo cenário seja a TV x o streaming. Consolidada como o principal meio de comunicação em todo o mundo, a Tv, tanto aberta como fechada, se viu no meio de um furacão quando os streamings começaram a surgir. A guerra para enfraquecer os vídeos por demanda não funcionou. O serviço dominou rapidamente o mercado global e a Tv agora passa por um momento de restruturação. Além de fortalecer seu conteúdo tradicional, as grandes emissoras, sabiamente, se utilizaram da máxima de se juntar ao “inimigo” e a todo momento lançam seus próprios serviços “por demanda”. É o caso da PlayPlus, streaming da RecordTV, por exemplo.

Dados do IBGE de 2018 já apontavam que há mais pessoas no Brasil vendo filmes e séries pela internet do que assistindo Tv a cabo. Esse serviço, aliás, foi outro que levou um susto com a chegada do streaming, pois ainda passa por uma fase turbulenta, mas está aos poucos entendendo essa nova dinâmica. O Now é, provavelmente, o maior exemplo dessa virada das tv’s por assinatura.

O mais importante é entender que o streaming representa a nova forma de consumo de entretenimento global. Não só as poderosas Netflix e Amazon Prime conseguiram mudar o cenário, ao entender seu consumidor e entregar o que ele espera, mas também os criadores de conteúdo, que com sua estratégia de aproximação com o público, conseguem entreter de forma única e altamente viciante, especialmente com o público mais jovem. As tecnologias e facilidades à disposição desses criadores fazem deles o alto escalão do entretenimento mundial, entregando sob demanda. São mesmo novos consumidores, novos obstáculos e novas ameaças. É urgente que todos enxerguem e se adaptem ou o resultado não será produtivo.

Gustavo Caetano é CEO da Samba Tech