A segunda parte do ABA Summit 2016, realizado na manhã desta terça-feira (22), em São Paulo, trouxe para a discussão a igualdade de gênero e inclusão na publicidade. A proposta do painel foi responder à pergunta: as conversas sobre mulheres e gêneros foram puro modismo?
Na opinião de Daniela Bogoricin, brand strategist do Twitter, não foi. “Não é modismo, na verdade estamos abrindo espaço para falar disso”, disse. “O que acontece é que se fala muito sobre diversidade e pouco sobre inclusão. É mais importante incluir e enxergar a diversidade do que enxergar a diversidade e depois incluir”, opinou.
Segundo Daniela, as empresas que têm olhar para diversidade são 35% mais lucrativas.
A presidente da Kantar Brasil, Sonia Bueno, em sua apresentação, lembrou de oportunidades para as marcas, entre elas o olhar para o consumidor como centro da estratégia.
Apesar do consumidor no centro da comunicação ser uma oportunidade, as marcas ainda não atuam desta forma. Segundo estudo do Instituto Patrícia Galvão, por exemplo, 65% das mulheres não se sentem representadas pela publicidade.
“Estamos perdendo a oportunidade de falar com as mulheres”, ressalta Carla Alzamora, diretora de Planejamento da Heads Propaganda e membro da ONU Mulheres. Para se ter uma ideia, estudo da Heads mostra que no Brasil apenas 1% das campanhas de televisão mostram mulheres de cabelos crespos, enquanto 62% das protagonistas têm cabelos lisos.
“A gente está mais reforçando os estereótipos do que quebrando”, ressalta Carla.
O painel contou ainda com a participação de Renato Meirelles, sócio do Instituto Locomotiva, Alexandre Bouza, diretor de Marketing do Grupo Boticário, Beatriz Galloni, VP de Marketing da MasterCard, e Denise Figueiredo, diretora de Marca e Consumidor da Natura.