A Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores) começou o ano com uma mudança que altera sua posição como entidade representante. Após mudar seu estatuto, o órgão atenderá pelo nome Abeifa (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores), passando a representar também montadoras que estão se instalando no Brasil.
Com a mudança, as montadoras que têm planos para trazer fábricas no país podem manter o vínculo com a entidade. Entre as marcas que já anunciaram a construção de plantas no Brasil para os próximos anos estão Audi, BMW, Land Rover, JAC e Chery. “Algumas empresas começaram a produzir no país. Em 2013, nos reunimos para discutir o futuro da entidade e surgiu a ideia de mudar o estatuto para representar também quem produz”, diz Flávio Padovan, presidente da Abeiva, que já encaminhou a documentação para a mudança de nome.
Uma das motivações para a mudança foi a nova conjuntura relativa às importadoras, avalia Marcel Visconde, vice-presidente da entidade. “Era necessária uma reacomodação da entidade no mercado. É uma mudança que ocorreu também por conta de uma situação regulatória governamental mais rígida”, diz o executivo referindo-se ao Inovar-Auto, programa do governo que prevê até 30% de desconto no IPI para empresas que produzem no país ou apresentam planos de investimentos no mercado automotivo nacional.
Representando também as empresas que fabricam automóveis, a Abeifa passa a ter um papel semelhante à da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que reúne montadoras que estão há mais tempo no país e têm um volume de produção maior. Padovan, no entanto, afirma que os órgãos não são excludentes. “Não há confronto com a outra associação. Não obrigamos ninguém a ficar somente na Abeifa. O natural é ser associado a uma só (entidade), mas nada impede que a montadora seja vinculada às duas, isso não atrapalha”, declara.
Perspectivas
A Abeiva fechou 2013 com números negativos. Com 112,8 mil veículos emplacados, foi registrada uma queda de 13,7% nas vendas dos importadores de veículos sem fábricas no Brasil em relação ao ano anterior. E se o cenário não aponta para melhorias em 2014, mas a entidade espera ao menos um ano de estabilidade. “O que vai ajudar o mercado a crescer é a diminuição da inadimplência. Em segundo lugar, o PIB vai continuar crescendo. Também não há desemprego e a renda do trabalhador cresce mais que o preço dos carros. Por outro lado, a expectativa com a economia não é tão positiva e isso faz com que o consumidor compre menos”, analisa Sérgio Habib, presidente da JAC Motors.
O executivo também considera os grandes eventos de 2014. “O mês da Copa não é muito bom para o comércio de carros, mas os nos meses seguintes deve haver uma melhora. As eleições não afetam nosso mercado. Posto tudo isso em cima da mesa, não veremos um crescimento de 5% ou 10%, mas também não haverá uma queda desse nível”, completa Habib. A expectativa inicial é que as vendas das associadas da Abeifa aumentem até 2% em 2014. “Algumas marcas vão crescer, outras permanecerão no mesmo nível”, finaliza.