A Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa) mudou o Critério Brasil, indicador que define a segmentação da população em classes econômicas. O novo modelo começa a ser aplicado a partir de 1º de janeiro.

As principais mudanças são a substituição da renda corrente pela renda permanente e o uso da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE como base, no lugar do Levantamento Socioeconômico (LSE) do Ibope.

“Esse novo critério mostra uma concordância grande com o outro na divisão de classes, mas melhora a capacidade de explicar o consumo em 20%”, explicou Luis Pilli, coordenador do Comitê do Critério Brasil.

Inicialmente, o novo critério definiu sete extratos, mas como as classes D e E somam 13% em consumo, acabaram sendo unificadas. No novo critério, levando em conta dados da POF mais recente, de 2008/2009, o Brasil está dividido em classe A, com 3%, B1, com 4%, B2, com 15%, C1, com 20%, C2, com 21%, e DE, com 37%.

No total, 16% do consumo é realizado pela classe A, 12% pela B1, 27% pela B2, 21% pela C1, 12% pela C2, e 13% pela DE. O consumo varia fortemente de acordo com a categoria de compra.

A renda permanente leva em consideração não apenas o ganho comprovado das família, como a renda corrente, mas a influência da educação, ocupação, condições de moradia e posse de bens, entre outras variáveis, no consumo das famílias.

“A renda agora é ajustada para o que as pessoas esperam do futuro. Por exemplo, se eu vou me aposentar daqui dois anos, eu vou diminuir meu consumo. Isso influencia”, contou Pilli.

A mudança na abrangência da mostra também é importante. A pesquisa LSE do Ibope leva em conta as regiões metropolitanas e a POF tem abrangência nacional. “Fora das nove regiões metropolitanas tinhámos dificuldade porque são realidades bem diferentes”, disse Pilli.