Os sócios da Tail Target: Planet, Nobrega e BabadopulosEmpreender no setor digital tem sido um dos caminhos seguidos por executivos do mercado publicitário. A web tem atraído cada vez mais a atenção de profissionais com o radar ligado nas oportunidades virtuais, inclusive aqueles que já têm experiência com negócios online. Esse é o caso de Cristiano Nobrega, um dos fundadores do portal de entretenimento Oba Oba — vendido para a RBS em 2008 —, que abriu este ano a Tail Target, empresa especializada em segmentação de audiência online.

A constatação é de que a internet atravessa um momento forte com a abertura de negócios diferentes e que não se trata de uma nova bolha, como aquela vivida no início dos anos 2000. “A gente tentou desenvolver uma proposta nova para o Brasil, que pudesse olhar o que está acontecendo em mercados maduros, como Estados Unidos e Europa, mas com DNA nacional. Lá fora tem um negócio — hoje passagem obrigatória para qualquer anunciante e agência quando desenvolve campanha online — que é fazer essa compra usando tecnologia de segmentação de audiência”, explica Nobrega.

A plataforma criada pela Tail Target segmenta a audiência baseada em clusters. A qualidade do target é o ponto principal. Eles criaram 18 tipos de grupos, por padrão de comportamento como: Jovem executivo; Decisoras do lar; Fanáticos por futebol; Apaixonados por carros; Geeks; Homens de negócios, Loucas por beleza e Geração Y. “Hoje o que vemos são algumas iniciativas que trabalham na linha de identificar perfis genéricos, como sexo ou idade, mas são práticas mais rasas. Nós, ao contrário, vamos mais fundo. A gente começa com uma pesquisa de observação de comportamento das pessoas. Com base nisso, criamos um estudo que consegue levar para nosso algoritmo qual o padrão de comportamento desse perfil no ambiente online e a partir daí a gente consegue criar vários clusters e cruzar uma série de dados para entregar a campanha aos perfis de consumidores desejados, independente do site”, conta o executivo, que abriu a Tail Target com os sócios Paulo Planet (que foi diretor de conteúdo do Vírgula) e Fernando Babadopulos (o homem da tecnologia).

“Quando terminou o meu contrato de non-compete com a RBS no final do ano passado, a gente resolveu voltar a empreender e desenvolver esse projeto que é bastante novo no mercado brasileiro. De acordo com dados do eMarketer, 25% de todo investimento em publicidade online nos EUA deve passar pelo uso de tecnologia de segmentação de audiência”, reforça Nobrega. O executivo garante que a tecnologia traça o perfil de mais de 20 milhões de internautas. Hoje, a Tail Target trabalha com DM9DDB para Consul; Lov para Net; Garage para Extra; e AgênciaClick Isobar com um case de Nivea. Segundo ele, a empresa também já estaria em negociações com grupos de investimento. “Fomos procurados e tudo está acontecendo muito rápido, antes da nossa previsão”.

Visibi

Com a ideia de que a internet pode ser mais organizada, Arthur Gonoretzky, executivo de uma multinacional de papel e celulose, também resolveu empreender no meio digital. Ele criou uma rede social de negócios batizada de Visib, onde segundo ele a proposta é fazer propaganda. “A palavra de ordem na internet hoje é aparecer em todo lugar. A web pode trazer muita eficiência para engajar os consumidores, mas o jeito que está sendo feito em muitas redes está errado”, afirma Gonoretzky. O executivo não poupa críticas nem aos gigantes. “O Facebook é a plataforma que tem mais gente, mas não é a melhor para as marcas fazerem uma conexão amarrada com os seus consumidores. Até hoje eles não conseguiram resolver bem a questão dos anúncios”, dispara.

Segundo Gonoretzky, a proposta do Visib é resolver essa equação, como uma rede de negócios voltada para consumidores e marcas. “Todo mundo quer mais visibilidade, por isso escolhi o nome Visib, que também pode ser pronunciado em outros idiomas, pois esse é um projeto global”. O negócio vai girar em torno do e-commerce e outros formatos de anúncios. “Somos um grande classificado online. O Visib não tem banner nem pop-up, mas é um lugar para fazer propaganda”, avisa ele.

Com versões em português, inglês, espanhol e no ar em fase Beta desde fevereiro, a startup deve ser lançada oficialmente para o mercado em fevereiro de 2013. De acordo com o executivo, o Visib tem atualmente três mil empresas e cinco mil consumidores cadastrados. “São 50 novos usuários por dia e ainda não estamos fazendo nenhuma propaganda. Estamos no caminho certo”, aposta.

Os cadastrados na rede podem postar vídeos e imagens no Visib e compartilhar o conteúdo com outras redes sociais. “Por isso acreditamos que podemos ser um excelente canal de mídia para as empresas, funcionando como um hub digital”. A plataforma do Visib tem um sistema de busca onde o conteúdo pode ser encontrado por palavra-chave, categoria ou tipo de ação, e também oferece geolocalização. “Procuramos fazer algo simples e intuitivo”, conta Gonoretzky. O objetivo agora é ganhar relevância e atingir massa crítica. “Na internet, o que importa é o número de usuários. A previsão é entrar receita somente em 2014. Estou ciente disso”.