Primeiro dos pools, formado pelo pelo Grupo Bandeirantes, TV Cultura, UOL e Folha de S.Paulo, acontecerá no próximo domingo (28), às 21h
Pela primeira vez após 33 anos, as eleições de 2022 irão contar com o pool de imprensa para os debates presidenciais. Ao total, o público poderá assistir a cinco encontros entre os candidatos, sendo quatro em formato de pool – o debate que seria realizado pelo consórcio da imprensa foi cancelado.
Formado pelo pelo Grupo Bandeirantes, TV Cultura, UOL e Folha de S.Paulo, o primeiro dos pools acontecerá no próximo domingo (28), às 21h. O Google, também parte da parceria entre os veículos que dão forma ao pool, vai fornecer dados de interesse de busca, painéis e análises durante o embate entre os presidenciáveis.
O modelo de pool de veículos de comunicação para debates entre candidatos é comum nas eleições presidenciais dos Estados Unidos e no Brasil há precedente. Na eleição presidencial de 1989, por exemplo, houve dois debates no segundo turno, realizados por um pool formado por Rede Globo, SBT, Rede Manchete e Rede Bandeirantes.
Em 2018, foram realizados sete debates, cada um em uma emissora diferente que detinha o direito dos anunciantes que se interessaram em colocar suas campanhas nos intervalos comerciais. Para este ano, a ideia inicial era manter o que já era feito, mas algumas declarações de candidatos ao cargo fizeram com que os meios de comunicação mudassem de ideia.
"O início das conversas do pool partiu de uma provocação feita por alguns dos partidos, que disseram ter a agenda muito cheia e que não poderiam participar de todos os debates. As siglas sugeriram que as empresas se juntassem, em pools, para facilitar", explicou Rodolfo Schneider, diretor nacional de conteúdo da Band.
Marcos José Zablonsky, professor de relações públicas, jornalismo, publicidade e propaganda da Escola de Belas Artes da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), vê o pool como uma ação efetiva e democrática.
"[o pool] Vai permitir que mais veículos e plataformas tenham a oportunidade de distribuir um conteúdo para seus telespectadores e evita uma disputa entre emissoras para fechar a agenda com os candidatos", explicou o educador.
Marcelo Vitorino, professor de Marketing Político da ESPM, explica que os pools deste ano tem um diferencial importante para os anunciantes: a oportunidade de colocarem a sua marca em diferentes formatos e mídias, uma vez que os veículos que se uniram fazem parte da TV, da rádio, da mídia impressa e online.
"Os anunciantes vão se adaptar a fazer uma publicidade multimídia, agora na natureza real do termo. Você vai ter comercial para TV, um spot para rádio, um banners nas páginas de cobertura do evento... Os anunciantes vão ter que passar a entender que eles podem ter uma diversificação maior de formatos. É uma chance muito boa para que eles tenham um aumento no número de impacto", disse o professor.
Debate, parte II
O segundo pool de debates está previsto para acontecer no dia 24 de setembro, e reunirá seis veículos: CNN Brasil, SBT, O Estado de S. Paulo, Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM.
Manoela Pereira, head de conteúdo do Terra, conta que o veículo terá a prestação de serviços como um dos focos da cobertura das Eleições 2022, em uma estratégia multiplataforma.
"Com o início do horário eleitoral gratuito, nesta sexta (26), usaremos nosso pool de parceiros especializados em verificação de notícias para estrear um novo produto, desta vez com foco nas plataformas sociais", disse. "Teremos também o 'Observatório das Campanhas', uma espécie de 'lupa' em cima das promessas dos candidatos, produzida com exclusividade para as redes sociais", complementou.