A ABP (Associação Brasileira de Propaganda), entidade corporativa mais antiga no negócio publicitário do país, é a mais nova signatária do Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão). Ela se junta a Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade), Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) e, por exemplo, à Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão). O Grupo de Mídia do Rio de Janeiro também passou a integrar o Cenp na semana passada.
Fundada em 1937, no Rio de Janeiro, a ABP está sendo revitalizada na gestão liderada por Dudu Lopes, sócio da produtora Silence, responsável pela adesão ao Cenp, medida que ele define como parte de um “reboot” que está sendo consolidado na entidade.
“O Cenp é um órgão regulatório vital para um mercado com tamanho número de agências e de diferentes portes. A junção de todas as entidades em torno do Cenp significa unificar e fortalecer o mercado, padronizar e blindar agências, anunciantes e veículos. Além disso, existe um significado intrínseco, que não é apenas proteger o nosso modelo de mercado, mas, sim, fazê-lo evoluir por uma conjunção de ideias e ideais”, justificou Lopes.
O Cenp celebra de forma dupla a chegada da ABP ao grupo de signatários da instituição, que tem a responsabilidade pelas boas práticas comerciais da atividade no país e, consequentemente, do modelo brasileiro de publicidade.
“Em primeiro lugar pela demonstração de vigor da nossa atividade”, destaca Caio Barsotti, presidente do Cenp, que acrescenta: “Afinal, são oito décadas de história de uma entidade onde estão as raízes mais profundas do modelo de negócios. Em segundo lugar, por ver que a tradição da ABP não a inibe de seguir se renovando, ao mesmo tempo em que preserva e difunde as melhores práticas que fizeram da publicidade brasileira um dos segmentos mais competitivos da economia.”
Nas palavras de Lopes, o momento atual da publicidade não é tão diferente de outros já experimentados por agências, anunciantes e fornecedores de serviços especializados.
“Costumes e hábitos de consumo mudam, produtos desaparecem, outros se reinventam, uma realidade diferente a cada dia, com novos cenários, novos desafios e uma única certeza: a de que temos de nos renovar a cada instante, nos ressignificar”, disse Lopes. “Seja agência, veículo ou anunciante, todos vivemos em um constante loop em busca do novo”, prosseguiu ele.
A publicidade é uma atividade que movimenta mais de R$ 134 bilhões brutos por ano no Brasil, segundo o relatório do Kantar Ibope Media de 2017, e aproximadamente R$ 50 bilhões já considerando os descontos.
E tem uma capacidade empregatícia multidisciplinar que se multiplica quando os agentes indiretos são agregados à indústria da comunicação como os mercados gráfico, tecnológico, de produção de áudio e vídeo, relações públicas, eventos, convenções, trade market e incentivo, por exemplo. Essa abrangência, segundo dados da Abap de 2014, impacta a economia brasileira em mais de R$ 358 bilhões/ano. Dados Abap, mostram que a cada R$ 1,00 investido em publicidade garante retorno de R$ 10,70 à economia brasileira.
O ecossistema da publicidade, segundo dados da Pesquisa Anual da Indústria do IBGE, paga cerca de R$ 2,3 bilhões em salários. Apenas as agências empregam 130 mil profissionais, mas toda a cadeia chega a 650 mil postos de trabalho.