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Em homenagem ao Dia das Crianças, comemorado em 12 de outubro, o propmark convidou seis agências para criar anúncios com o tema “Criança e consumo consciente”. As peças podem ser conferidas  abaixo.

O anúncio da Full Jazz busca o resgate da infância usando o próprio jornal como brinquedo. A peça incentiva o consumo consciente quando sugere que o leitor use o anúncio para fazer um barquinho de papel. O passo-a-passo da dobradura ajuda quem já esqueceu como se faz.

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A Lew’Lara/TBWA incentiva a troca do presente, que poderia ser da nova geração de algum dispositivo, pela companhia, criando assim uma nova geração de pessoas.

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Na peça da Ogilvy, a agência usa um conselho de seu fundador, David Oglivy, de 1982. A frase lembra aos criativos que os comerciais que eles escrevem serão vistos por seus filhos.

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A Publicis lembrou que, mais que um anúncio a respeito do consumo consciente, eles já criaram uma agência inteira, em referência à Publicis Kids, uma das réplicas de empresas que estão no parque KidZania, no Shopping Eldorado, em São Paulo. No espaço, a criançada conhece o dia a dia de várias profissões, entre elas a de publicitário, podendo vivenciar os diferentes trabalhos.

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A agência Matriz usou em seu anúncio a notícia sobre um casal norte-americano que decidiu ficar um ano sem comprar brinquedos e eletrônicos. A decisão nem foi percebida pelos filhos deles, de 5 e 7 anos.

No trabalho da DM9DDB, o destaque é um gigantesco “Não”. A peça aborda os limites que os pais devem impor às crianças se querem formar adultos mais conscientes.

Relação

O Dia das Crianças é uma daquelas datas em que a mídia é tomada por ações temáticas. São peças divulgando produtos e serviços voltados aos pequenos. No entanto, nos últimos anos, a publicidade infantil tem mostrado cada vez mais uma preocupação com a ética. Anunciantes, agências e veículos tomam cuidado ao apresentar uma campanha, já que a autorregulamentação é a principal arma que têm.

Uma das bandeiras que podem ser verificadas em muitas ocasiões é a da relação da criança com o consumo consciente, tema do especial de Dia das Crianças do propmark neste ano. “Se pararmos para pensar, algumas iniciativas de proibição à publicidade e ao mundo do consumo me parecem anticonsumo consciente”, contou João Matta, professor de publicidade e propaganda do curso MBA em ciências do consumo aplicadas. De acordo com o professor, antes de falar em marcas, é preciso entender o que é o consumo consciente. “É o uso de bens e serviços de maneira pensada, que tenha preocupação com a criança e com a sua constituição”, falou.

Matta destacou também que algumas marcas têm o cuidado de ajudar na educação das crianças, mas ainda são ações pontuais. “No mundo do politicamente correto, as empresas ficam com medo de ser ousadas”, disse. Para o professor, mais que a comunicação, os produtos precisam ser para crianças. “O próprio produto tem de ser pensado de uma forma adequada, algo que construa uma identidade, sem adultização. As grandes marcas já fazem isso”, disse.

Educação
O Instituto Akatu, que tem o consumo consciente em seu slogan, desenvolveu a plataforma Edukatu, uma rede de aprendizagem que visa o compartilhamento de experiências entre alunos, professores e a entidade. No site, é possível ver as diferentes iniciativas voltadas ao tema desenvolvidas em diversas escolas pelo país. “As crianças são muito importantes porque é difícil um adulto mudar o comportamento. Quando o filho aprende o consumo consciente, eles incentivam os pais”, disse Silvia Sá, gerente de educação da entidade. De acordo com Silvia, a ideia não é ensinar as crianças a não consumirem, mas realmente fazê-las ter mais consciência sobre o ato. “Não é fazer sacrifício, é observar. Valorizar o que é realmente importante”, contou.

O Akatu trabalha com empresas parceiras, mas se preocupa em como coloca a marca nos projetos. “Parte do trabalho é explicar para a criança o papel do marketing no mercado e apresentar as opções. Você sabe se essa empresa investe na comunidade local? Os produtos que ela vende fazem mal?”, afirmou.

Veículos
Os canais infantis também têm incentivado o consumo consciente, tanto na publicidade como no conteúdo.
No Nickelodeon, por exemplo, foram feitas algumas campanhas de conscientização do uso da água e da energia elétrica. “Essa conscientização das crianças é parte de um projeto maior, o Together for Goods, patrocinado globalmente pelo Nickelodeon”, explicou Raul Costa, gerente-geral da Viacom.

O veículo também tem outros projetos, sempre com o foco na formação da criança como um indivíduo inserido na comunidade. Um dos projetos é a restauração de praças e, em parceria com algumas marcas, ocorre a Roda de Leitura Nickelodeon. “Para o ano que vem, queremos trazer para o Brasil o dia sem TV. O canal interrompe a transmissão por um dia para estimular as crianças a saírem de casa”, contou Costa.

O Discovery Kids tem preocupação sobre o que é exibido no meio da programação e nos breaks. “O canal trabalha com pré-escolar, crianças de 4 a 8 anos, por isso tomamos muito cuidado com tudo o que é comercial. Temos uma política interna muito rigorosa”, explicou Roberto Nascimento, VP de vendas publicitárias da Discovery Networks. O canal mantém, por exemplo, uma balança nutricional interna e só aceita anunciantes de alimentos que estejam de acordo com esse padrão. Além disso, há um trabalho de curadoria para agências e anunciantes. “Entregamos um caminho. Cada vez mais a gente tem sido demandado para explicar o posicionamento do canal”, comentou.

O Gloob também tem usado o tema do consumo consciente. A questão da sustentabilidade aparece nas séries do canal, por exemplo. “Em ‘Detetives do Prédio Azul’, temos um episódio que aborda a importância de separar o lixo orgânico. Já em ‘Gaby Estrella’, temos um episódio em que as crianças pegam a sucata oriunda do lixo da fazenda, como latas e garrafas pet, e constroem vários brinquedos reciclados. Procuramos conscientizar sobre a importância do consumo consciente de maneira leve, sempre com muito humor e diversão”, disse Paula Taborda, gerente de conteúdo e programação do Gloob.

A intenção do veículo é suscitar discussões importantes para as crianças. “É essencial que elas já comecem a criar olhares críticos sobre o mundo. Para isso, não acreditamos em uma forma de ensinar que seja impositiva. Costumamos dizer que o Gloob não procura ser um canal didático. Procuramos demonstrar e indicar os caminhos, principalmente através da inspiração”, falou Paula.