Cena do filme que promove a candidatura de Salla para os Jogos de Verão de 2032 (Divulgação)

Uma das cidades com a temperatura mais fria do mundo, Salla, na Lapônia finlandesa, quer chamar a atenção para o impacto que as mudanças climáticas vêm provocando em sua fauna e flora. Com ideia assinada pela Africa, o município finlandês – localizado acima do Círculo Polar Ártico – lançou a sua candidatura para os Jogos de Verão de 2032 e, posteriormente, veio a público explicar o propósito da ação.

“Nossa intenção aqui é clara: nós queremos manter Salla como ela é e manter nossos invernos frios e cheios de neve. Então houve essa ideia maluca: sediar os Jogos de Verão em uma das cidades mais frias do planeta”, comentou Erkki Parkkinen, prefeito de Salla, que mesmo sem a intenção de sediar o evento, seguiu todos os trâmites para a candidatura com logomarca, bid book, uniformes, ações promocionais e até nomeação de mascote.

“Se nós ficarmos para trás e não fizermos nada neste momento, deixando o aquecimento global prevalecer, vamos perder a nossa identidade. E a cidade que tanto amamos – assim como muitas outras ao redor do mundo – vai deixar de existir como conhecemos”, complementou Parkkinen, que esclareceu a estratégia em coletiva de imprensa.

Chamada #SaveSalla, campanha tem filme que usa uma linguagem bem-humorada para alertar sobre o tema. Moradores aparecem em cadeiras colocadas no meio da neve e atletas adaptam esportes típicos do inverno para o calor. “Muito mais que uma questão local, esse problema pertence ao mundo todo e, por isso, precisa ser discutido em tamanha escala”, comentou Sergio Gordilho, copresidente e CCO da Africa.

A campanha, produzida pela Triatoma e dirigida por Santi Dulce, ainda tem um site que com conteúdo sobre a a causa climática e ainda convida as pessoas a conheçam a Fridays For Future, apoiadora do movimento, que ainda conta com a parceria da House of Lapland.

“É inevitável. Temos apenas um planeta para viver e uma imensa responsabilidade para com as gerações futuras. Todos nós podemos fazer a diferença. O que não podemos fazer, em nenhuma circunstância, é negar o problema e nos omitir. Os riscos serão graves e inevitáveis ​​”, adverte Joe Hobbs, ativista da Fridays For Future e diretor de operações da Climate Cardinals.