O design está mais integrado aos processos de gestão do Grupo Isobar Brasil e com a chegada da nova head do setor, a executiva Camila Moletta, a disciplina vai ter maior capilaridade entre as agências Isobar e Pontomobi, além da consultoria Cosin. Com status estratégico, Camila vai estar subordinada diretamente ao CEO Abel Reis. A novidade com a mudança é a implementação do design thinking como instrumento para ajudar na reinvenção de marcas, produtos e serviços nesse momento no qual a quarta geração da era industrial convive com as necessidades de inovação, ofertas tecnológicas e um novo comportamento de consumo.
Camila cita o movimento Vuca (sigla em inglês para volátil, incerto, complexo e ambiguo) para ilustrar como o cenário de mudanças está tornando tudo mais complexo, veloz e reativo. “Inovação praticamente virou uma commodity, afinal todo mundo está se apropriando dessa expressão, até o profissional que vai consertar uma pia. Mas não é bem assim. Com o design thinking, a construção envolve o cliente e o usuário e sempre com base em uma metodologia que contempla inovação, empatia e interatividade. Quando é assim, há chances de o projeto ser inesperado, factível, exequível e com capacidade de responder a uma dor do usuário”, ela explica, mas enfatizando que uma marca não deve achar que sabe tudo que seu cliente precisa e que ele não vai saber usar seu produto. “Vamos ter um processo cada vez mais integrado para que a entrega ao cliente seja realmente colaborativa”, acrescenta Camila.
Com passagens pela Tátil, Ana Couto Design e por cinco anos no escritório de Londres da Landor, Camila acumula dez anos de experiência, sendo a primeira vez que vai atuar em um grupo de comunicação mercadológica. Mas o que se espera dela é ativar novos elementos capazes de ampliar o foco para além da comunicação. “Vamos trazer um pouco mais o design de serviços para o lugar de experiência de marca. Todas as unidades do grupo vão dividir projetos com suas respectivas expertises para tornar os relacionamentos mais duradouros. E end to end”, articula Camila.
Para orquestrar essa sinfonia de mudanças, as empresas precisam ter um olhar mais fresco, por assim dizer, para os processos. “As pessoas nunca esperaram tanta transparência porque a tecnologia chegou para democratizar e o grau de exigência está mais alto. A briga é pelo melhor serviço. O táxi sofre com o Uber, que continua trazendo novos serviços, como o Uber Eats e o Uber Pet. O importante é a empresa prestar serviços que sejam coerentes com sua essência”, recomenda Camila, que já está trabalhando em projetos para a Samsung, Azul Linhas Aéreas e Walmart.