A Hands conquistou o direito de disponibilizar o inventário da Claro para anunciantes. A agência já tinha entre seus clientes a Oi e também está em negociação com uma terceira operadora. “As operadoras são os principais players de audiência do mercado mobile. Ninguém tem mais audiência que elas somadas e a quantidade de dados também é muito grande. A Hands começou a se transformar na empresa que ajuda as operadoras a monetizar o inventário delas, seja através da tecnologia, da consultoria, da frente comercial ou da operação”, explica João Carvalho, sócio e CEO da Hands.

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O executivo conta que a estratégia da Hands é baseada em publishers premium. “Neste momento em que a publicidade está com problemas como brand safety, viewability etc., optamos por não estar no long tail e a gente considera as operadoras de celular grandes publishers”, afirma.
Um dos desafios foi padronizar os espaços, já que as operadoras não nasceram com objetivo de ser mídia. “Espaços publicitários, forma de compra, relatório… Tudo era diferente. Cada um tinha o seu. Quando a gente trouxe a Claro, foi um trabalho de padronização”, diz. Uma das vantagens, segundo Carvalho, é que o inventário das operadoras tem grande volume e é confiável. “O desafio é que ele ainda não é conhecido das marcas”, conclui. As propriedades de impacto no inventário das operadoras incluem as mensagens trocadas com os clientes, a mídia display (portal, app etc.) e o login no wifi, por exemplo.

A Hands tem planos ousados para 2018. A agência, que desde o ano passado adotou o posicionamento data driven mobile experience, quer dobrar o faturamento em 2018. “É um objetivo agressivo, mas é um mercado que vem crescendo também de maneira agressiva. É importante empurrar o mercado para cima e são as empresas que fazem mobile que vêm empurrando o mercado no Brasil”, fala Carvalho.

Até 2015, a empresa, que nasceu como ad network, era uma unidade dentro da Pontomobi, mas tornou-se independente. “O foco deixou de ser servir à mídia e passou a ser entender o comportamento. Assim, além de melhorar a mídia, abrimos leques de possibilidade”, afirma Carvalho. “A gente começa a entrar para áreas que não têm a ver com publicidade, como qualificação de transação financeira ou fraude bancária”, diz.