Daniel Japiassu, CEO da YDreams Global, está de mudança para Vancouver, no Canadá, onde passará a liderar a expansão internacional da empresa, que manterá suas bases no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Dubai, a mais recente. Mas deve, no curto prazo, abrir frentes também no Vale do Silício e na Ásia. DJ, como é conhecido, está na empresa desde 2006, quando ele e sua sócia, Karina Israel, decidiram arriscar um negócio totalmente novo no Brasil e falar de aliados para as empresas e marcas que hoje já parecem quase familiares, como realidade virtual e internet das coisas, entre outras tecnologias. Veja a seguir os principais trechos desta entrevista.

Divulgação

Presença internacional

A nossa presença internacional não era muito estruturada nem planejada. Para se conseguir isso é preciso ter um mínimo de investimento. Dinheiro na mão. Há dois anos iniciamos o processo de expansão internacional estruturada. Criamos a oportunidade. Essa procura nos levou a algumas opções e a mais interessante foi o processo de abertura na Bolsa do Canadá. O principal motivo foi poder manter o controle da empresa. Eu e Karina continuamos como os principais executivos, e os sócios do Canadá têm o perfil de investidores e não de gestores de empresa. Também nos pareceu mais interessante essa opção do que tentarmos nos associar a um grupo de comunicação maior, e chegamos a estudar algumas propostas.

Brand Experience

Sempre acreditamos que a YDreams poderia ir além do brand experience, que era o nosso foco principal. O mercado brasileiro de ativação de marcas é muito ativo, curioso, tem investimentos para inovação. Mas percebemos que a tecnologia que criamos começou a ter demanda maior fora do Brasil quando ‘envelopada’ e transformada em produtos. O caminho para o Canadá abre várias portas: de venture building, de produtos e de novos escritórios em pontos estratégicos.

Inovação

Muitas vezes você tem de convencer as empresas que a inovação é importante. O que acaba comprometendo o grau de inovação, até onde se vai é o prazo, o budget, o interesse da marca. Há limitações e sempre buscamos caminhos em que elas fossem menores, para explorar o nosso potencial. Mas o budget sempre ficou aquém do que poderia. Foi assim com a internet, há alguns anos: ninguém tinha budget para a internet. Você lutava por um banner, para criar um site. É normal, é uma curva. A interatividade começa a ficar cada vez mais em evidência e vimos isso em grandes eventos como as Olimpíadas, a Copa do Mundo e o Rock in Rio. Mas, para a YDreams, ficar limitada a esse mercado não era o suficiente.

Tecnologia

A expansão que faremos é inclusive tecnológica, porque fora do Brasil conseguimos nos aproximar de empresas que querem lançar produtos e estão em fase de abrir para desenvolvedores selecionados. Esses processos não incluem empresas brasileiras de tecnologia. Quando nos tornamos uma empresa canadense, passamos a falar direto com as marcas no Canadá – Microsoft, Google, HTC – e ter acesso a programas de desenvolvimento, várias tecnologias às quais não tínhamos acesso no Brasil.

Projetos

Criamos três divisões para expandir internacionalmente. A Experience, focada em experiência de marcas. A Futures, que discute mais profundamente o uso da tecnologia para melhorar qualidade de vida e serviços de uma forma mais próxima das marcas, atuando como uma consultoria, resolvendo problemas, valendo-se do design thinking. E a divisão Ventures, uma aceleradora de startups que sejam orbitais ao que fazemos como realidade aumentada e realidade virtual. E internamente criamos duas startups: Scoop, para produtos de retail, e Arkave, plataforma de game para RV que lançaremos em breve num shopping de grande circulação em São Paulo. É um produto YDreams que se transformará em spin off, tecnologia YDreams que vamos franquear: um jogo que funciona em RV.