Continuam as demissões no jornal O Dia e no Meia Hora, agora em fase de “saneamento” para futura venda, liderada por Mario Cuesta, do grupo Cereja, o mesmo que comprou O Diário de São Paulo e o IG. Salários atrasados e demissões marcam a história dos dois jornais ao longo dos últimos meses.
Toda a diretoria foi demitida recentemente – inclusive o diretor comercial da Ejesa, Paulo Renato Simões, que estava lá desde 2013. Também foram dispensados os principais gestores da redação de O Dia como Fernando Molica, Aziz Filho e Andre Hippertt, além de repórteres com muitos anos de casa, alguns com até 20. Quem ficou até agora está com salários atrasados.
Os profissionais PJ estão sem receber desde fevereiro, e os CLT não receberam abril e maio, além de férias e décimo terceiro. Permanecem, entre outros profissionais, Humberto Tziolas, do Meia Hora – vencedor do prêmio Esso de Jornalismo em 2014 juntamente com Andre Hippertt – e Chico Alves, editor executivo de O Dia desde o ano passado. Profissionais com salários medianos estão na lista das próximas demissões, segundo fontes do PROPMARK.
Os profissionais demitidos não receberam, ainda, seus atrasados. Há a promessa de que os atrasos sejam acertados dentro de um mês, possivelmente com pagamentos efetuados em parcelas.
“No fundo, ainda tenho fé na sobrevida do site do dia e do jornal Meia Hora”, disse um dos profissionais demitidos que preferiu não se identificar.
Segundo fonte do PROPMARK, a empresa vem sofrendo uma crise financeira faz tempo, que se agravou por conta do cenário que vem vitimando muitas empresas de comunicação. A diretoria vinha tentando alternativas de manter a empresa minimamente administrável e buscando uma solução que a tornasse sustentável, pois os acionistas (do grupo Ejesa) alegavam não ter mais condições de aportar capital.
Trabalhou-se com a possibilidade de venda, que não foi adiante, e Nuno Vasconcellos, acionista minoritário do jornal, assumiu a empresa para colocar em prática um modelo de gestão que incluiu a entrada de Cuesta, até o momento oficialmente um consultor financeiro, que veio para “colocar as contas em dia”.