Apenas um dia após a companhia aérea Azul vender parte do capital para a chinesa HNA e, no mercado publicitário, o Grupo ABC ser comprado pelo Omnicom, a consultoria PwC divulgou um levantamento sobre fusões e aquisições no país mostrando que, pela primeira vez desde 2002, empresas estrangeiras lideram negócios de fusões e aquisições no Brasil.
No acumulado do ano até outubro, portanto antes mesmo das transações envolvendo a Azul e o próprio Grupo ABC, o número de operações feitas por companhias nacionais caiu 25%, para a pontuação 275 no estudo da consultoria, enquanto as de empresas estrangeiras subiram 5%, atingindo 285 pontos.
De acordo com a análise da Pwc, os principais fatores desse movimento são a alta do dólar, que deixaram os preços mais convidativos para as aquisições, e o tamanho do mercado interno brasileiro. “Esses compradores estão considerando um horizonte de longo prazo, acima de três anos, o que torna a compra atraente, já que a situação econômica melhorará”, disse o consultor da PwC Rogério Gollo para a Folha de S. Paulo.
Somente no mercado publicitário, além da venda do ABC, este ano o WPP fez uma série de compras de agências digitais e de relações públicas. O grupo internacional adquiriu empresas como a Jüssi, especializada em performance, além da Mídia Digital e i-Cherry, ambas de Curitiba. Na área de relação públicas, as empresas compradas foram a Ideal e a Concept PR.