Lançamento da CNN no ano passado (Alê Oliveira)

O segmento de eventos como feiras, congressos e shows, que movimenta anualmente R$ 930 bilhões no Brasil, viu luz no final do túnel com a decisão do Governo de assinar o Projeto de Lei 14.148/21 na última terça-feira (04). A indústria de eventos foi nocauteada pela Sars – Cov 2 desde março 2020. A medida prevê desconto de 70% da dívida tributária das empresas, renegociação do FGTS e escalonamento de até 145 meses para os 30% de diferença. O presidente Jair Bolsonaro também aprovou aportes do FGT (Fundo Garantidor de Investimento), de até R$ 1 bilhão, e crédito do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte).

Paulo Otavio Pereira de Almeida é ex-VP da Reed Alcântara Machado (Divulgação)

O setor de eventos abriga 50 segmentos econômicos e movimenta anual e aproximadamente R$ 930 bilhões, equivalente a 13% do PIB, com geração de 25 milhões de empregos diretos e indiretos. Segundo dados do segmento, até 2019 eram realizados cerca de 590 mil eventos, dos grandiosos B2C, como o Salão do Automóvel e Bienal do Livro,, e B2B de pequeno porte.

As promoções, marketing de incentivo e ativações, contabilizadas pela Ampro (Associação de Marketing Promocional), representam um faturamento anual de R$ 50 bilhões. Segundo a Ampro, todo o trade teve subtração superior a R$ 50 bilhões por mês em 2020/2021, que pode ultrapassar a cifra de R$ 600 bilhões.

“O apoio ao setor de eventos é fundamental. Foi e esta sendo um dos setores econômicos mais afetados. Após 13 meses de pandemia no Brasil foi aprovado um projeto de apoio com vários vetos. Mais importante que eventuais benefícios tributários, é fundamental o Governo entender o setor de eventos como um alavancador da economia e não somente como um setor gerador de impostos e empregos. Oferecer desconto e parcelamento de impostos para empresas que ficaram mais de um ano sem faturar nada é um primeiro passo, mas não pode ser o ultimo”, explica Paulo Octavio Pereira de Almeida, da consultoria Live Marketing e ex-vice-presidente da Reed/Alcântara Machado.

Alexis Pagliarini é presidente da Ampro (Alê Oliveira)

“A aprovação do Perse representa a esperança de oxigênio para o setor de eventos, que foi um dos mais impactados pela pandemia. A oportunidade de ter crédito subsidiado e facilitado poderá dar fôlego às empresas que estão sem eventos há mais de um ano. Muitos já queimaram suas reservas para se manter vivos no mercado. E a chance de ter descontos e parcelamento de dívidas tributárias é também um alívio para essas empresas. O veto de isenção de impostos federais por 5 anos à frente é um revés, mas há a possibilidade de se criar uma Medida Provisório nesse sentido, isso dito pelo Governo Federal”, pondera Alexis Pagliarini, presidente da Ampro.