Com crescimento de 22,9% nas vendas de automóveis em junho, na comparação com o mês de maio, e redução dos estoques, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabicantes de Veículos Automotores) adotou um tom otimista na apresentação dos resultados do setor. Segundo Cledorvino Belini, presidente da entidade, “o ano será bom” para a indústria automotiva.
“Entendemos que a redução dos juros e dos depósitos compulsórios vai ajudar a movimentar a economia como um todo. Os números serão bons”, disse Belini, sem informar qual a previsão de expansão para este ano. A entidade, segundo ele, irá esperar até o dia 31 de agosto, quando se encerra a período com IPI (Importo sobre Produtos Industrializados) reduzido, para entender qual será o comportamento do mercado.
Para Belini, com a projetada retomada de vigor da economia brasileira nos próximos meses, os planos de investimentos de US$ 22 bilhões até 2015, o que inclui cifras destinadas à comunicação publicitária, firmados entre as montadoras associadas à Anfavea continuarão de pé. Porém, “se a economia travar, pode ter queda”, advertiu.
O mês passado foi o melhor junho da história e o terceiro melhor considerando todos os meses, desde 1957, quando os dados começaram a ser compilados. A alta, apoiada no corte do IPI, não foi capaz de evitar que o setor fechasse o primeiro semestre com perda de 1,2%, embora tenha atenuado a retração. Entre janeiro e maio, a indústria caiu mais de quatro pontos percentuais.
O crescimento demonstra, na avaliação da Anfavea, que ainda existe muito espaço no mercado consumidor, onde a relação é de um veículo para seis pessoas. “Com a entrada do IPI, nós vimos a elasticidade da demanda no Brasil”, afirmou Belini, para quem o movimento das montadoras deve acompanhar a demanda reprimida, principalmente fora dos grandes eixos, como São Paulo e Rio de Janeiro.