Para as empresas brasileiras que estão com os seus recursos esgotados e para os cidadãos – grande maioria dos brasileiros – que lutam sem sucesso para fechar suas contas no fim de cada mês, a boa notícia é que estamos todos próximos do início do fim de mais um grande pesadelo nacional.
Mesmo lutando meses a fio contra uma das piores marés econômicas da história do nosso país, é necessário manter o ânimo para chegarmos sãos e salvos ao final dessa tragédia que se tornou o Brasil, submetido ao infortúnio de governos populistas incompetentes e, sobretudo, mal-intencionados.
Tem sido unanimidade nos comandos do importante segmento da comunicação do marketing, que o pior já passou, vislumbrando-se uma ainda lenta, mas efetiva, recuperação que será acelerada a partir do impeachment da presidente afastada.
Nada que possamos festejar, imaginando uma brusca aceleração nos negócios, mas uma retomada que no início terá um significado meramente simbólico, avançando, porém, com o passar dos dias.
O Brasil é grande demais para viver à meia-boca, com uma estimativa de desempregados com carteira profissional entre 12 e 13 milhões de trabalhadores.
A vitória de Rodrigo Maia na eleição para presidente da Câmara dos Deputados sinaliza para a breve reversão do cenário negativo, em que Eduardo Cunha era figura de proa ao lado da sua desafeta Dilma Rousseff. O duelo entre esses dois personagens da vida pública nacional lembra os antigos e debochados filmes do “faroeste” italiano, em que não raro ambos eram simultaneamente fuzilados.
A população brasileira pode ainda não sentir, mas começa a se esparramar pelo país ares de uma nova ordem política, com maior respeito à seriedade no trato da coisa pública e um compromisso verdadeiro de serem atendidas as principais urgências nacionais.
O único obstáculo a esse caminhar é Dilma Rousseff não sofrer o impeachment. É um risco que se corre, embora a grande maioria de todos os segmentos da sociedade nisso não acredite.
Como todo risco, porém, está à espreita e cabe a cada um de nós, brasileiros e verdadeiramente democratas, influenciar para que a presidente afastada já seja carta fora do baralho da vida pública nacional.
Se der zebra, perderemos o rumo da nossa História.
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Maior demonstração do perfil de juízes nomeados pelo antigo regime, para vagas no STF, está na decisão do presidente do STF, determinando à Polícia Federal investigação sobre os autores dos bonecos infláveis na última manifestação popular a favor do impeachment, realizada na Avenida Paulista e adjacências.
Há vários abusos nessa determinação e o principal deles é coibir a liberdade de expressão, sonho dos regimes totalitários.
A preocupação de S. Exa. deveria se voltar para a verdadeira razão dos bonecos infláveis representando sua imagem.
E, a partir daí, indagar-se em que teria errado para provocar esse sentimento de indignação popular.
Ainda está em tempo.
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Por mais que esteja chegando em um momento delicado da vida do país, a Olimpíada poderá representar uma trégua na desunião nacional, fazendo com que todos os brasileiros cultivem o ideal olímpico não apenas nos esportes, mas em todas as demais atividades que a vida proporciona.
Principalmente aquelas de grande responsabilidade pública, em que um ato errado e, pior ainda, desonesto de uma autoridade costuma reverter em prejuízo para milhares, ou até mesmo dezenas de milhares de cidadãos.
Cabe a cada um de nós prestigiar os Jogos Olímpicos, torcer para que tudo dê certo, o Brasil ganhe muitas medalhas e, sobretudo, mostre aos visitantes de outros países que sabemos bem recebê-los, apesar das nossas divergências internas.
A realização da Olimpíada no Brasil é algo de tão notável que, muito provavelmente, nenhum dos brasileiros vivos verá sua repetição em nossas arenas.
Há ainda um dado fundamental para o segmento ao qual este jornal mais se dedica: muitos grandes anunciantes já estão aproveitando os Jogos Olímpicos para fortalecerem suas verbas publicitárias, amenizando de certa forma os rigores da crise que tem feito estragos na economia brasileira.
Bradesco, Coca-Cola e tantos outros mais têm presença maciça na mídia de todo o país, numa clara demonstração de que a Olimpíada está acima de todas as desavenças. Trata-se de um movimento internacional que escolheu o nosso país para sede desta feita, trazendo-nos enormes benefícios, dentre os quais inclusive um número maior de medalhas para os nossos esportistas, são os nossos votos.
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Criando um pôster vencedor de um concurso de inovação, a jovem Ana Clara Schindler, deficiente física que somente se locomove deitada em uma cadeira de rodas, teve o seu trabalho escolhido para integrar o conjunto de pôsteres oficiais dos Jogos Olímpicos.
Ana Clara formou-se em Design Gráfico na ESPM, em junho do ano passado.
Armando Ferrentini é diretor-presidente da Editora Referência