A ANJ (Associação Nacional de Jornais) divulgou nesta sexta-feira (14) uma nota condenando a violência policial contra jornalistas que cobriam as manifestações contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo. A carta é divulgada um dia depois do quarto ato popular contra o aumento, ocorrido na quinta (13), dia em que o movimento reuniu cerca de dez mil pessoas e foi marcado por confrontos estimulados pela repressão da Polícia Militar.

A entidade diz que “de acordo com todas as evidências, inclusive imagens e depoimentos dignos de confiança, a ação policial extrapolou o rigor cabível em ações voltadas à manutenção da ordem”. “Em particular, é inaceitável a prisão de repórteres e a brutalidade empregada pelas forças policiais contra jornalistas, mesmo depois de identificados, que apenas cumpriam seu dever de apurar os fatos”, completa a associação.

De acordo com comunicado divulgado pelo Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, ao menos três jornalistas foram detidos e outros 14 feridos durante os últimos dois protestos, ocorridos nos dias 11 e 13. A entidade pede que todo caso de violência contra profissionais da empresa seja relatado para que uma denúncia formal seja encaminhada às autoridades.

Veja abaixo a nota distribuída pela ANJ.

“A Associação Nacional de Jornais (ANJ) condena a violência policial contra jornalistas que cobriam manifestação em São Paulo, nesta quinta-feira (13/6). De acordo com todas as evidências, inclusive imagens e depoimentos dignos de confiança, a ação policial extrapolou o rigor cabível em ações voltadas à manutenção da ordem. Em particular, é inaceitável a prisão de repórteres e a brutalidade empregada pelas forças policiais contra jornalistas, mesmo depois de identificados, que apenas cumpriam seu dever de apurar os fatos.

Diante do ocorrido, a ANJ espera que as autoridades investiguem o episódio, adotando as medidas cabíveis para que os responsáveis pelos excessos sejam punidos e para assegurar que o trabalho da imprensa seja respeitado e a integridade de seus profissionais preservada.

 

Brasília, 14 de junho de 2013
Francisco Mesquita Neto
Vice-Presidente da ANJ
Responsável pelo Comitê de Liberdade de Expressão”