Vivemos uma contradição: enquanto a imprensa diariamente critica o governo, com destaque para o presidente da República, o país apresenta melhoras crescentes na sua economia, distanciando-se dos horrores dos últimos três anos.

Nas áreas do marketing e da propaganda, a expectativa é boa, já com campanhas sendo veiculadas e apresentando um teor de otimismo como há muito não víamos.

Vamos torcer para que assim prossiga, inclusive com as críticas diárias ao poder central (com destaque para o presidente Jair Bolsonaro), pois o que realmente nos importa é manter e melhorar o poder de compra da população, hoje alguns pontos acima da média do ano passado, produzindo assim maiores e melhores oportunidades para todos.

Vai permanecer, entretanto, a questão ideológica, com seus pontos principais, direita, centro e esquerda, sobressaindo nas discussões políticas, uma batalha que se acentuou com o fim da Segunda Guerra Mundial, estabelecendo claramente os extremos e os neutros, com aqueles agindo à sua maneira para conquistar as fatias do bolo deixado pelo nazismo e também pelo imperialismo oriental.

Sobraram os neutros, aqueles com força suficiente para manter as próprias preferências, equilibrando-se na corda bamba geopolítica que o rescaldo do conflito mundial nos legou.

Aqui no Brasil, tão cedo não nos livraremos dessa divisão de pensamento político, mesmo que com experiências já feitas em todas as direções, porém com predominância em direção à livre iniciativa, como nos transmitiram nossos descobridores portugueses desde 1500.

A concretização do socialismo no Brasil poderia ocorrer, caso os responsáveis pelo poder, nas poucas ocasiões em que atravessamos períodos ameaçadores, se mantivessem fiéis ao que apregoavam como seus ideais.

Vimos e temos registro já histórico de que assim não ocorreu, repetindo-se com frequência nessas poucas ocasiões o batido comportamento do poder pelo poder, exercido com visível pertinência pelos seus detentores. Basta verificar que ninguém saiu pobre dessas escassas tentativas de mudar a índole empreendedora do brasileiro e os seus costumes religiosos.

Adentramos assim em um novo período da nossa história, que para alguns pode ser comparado aos idos de 1964, um engano cometido propositalmente pelos que insistem no sonho socialista, que não prevaleceu sequer nas grandes nações que o abraçaram no passado não tão distante, permitindo-nos (os mais velhos) melhor assimilar o fracasso dessas experiências.

Assim, caminhamos aqui no Brasil com a democracia representativa, uma das muitas garantias do liberalismo e da liberdade de empreender, o que valoriza sobremodo, a cada ameaça fracassada de ruptura com a nossa história, o trabalho da comunicação publicitária, que sempre traz intrinsicamente a importância da liberdade.

Mercados livres sempre foram o sonho da humanidade em todas as suas etapas históricas. As grandes descobertas de novos mundos na metade do segundo milênio cravaram em cada geração a pertinência das liberdades de escolha, em um mundo que se expandia não apenas geograficamente, mas também e principalmente na compreensão dele próprio pelos seus habitantes.

Voltando ao Brasil, só o fato de verificarmos e sentirmos melhoras na economia, após pelo menos três anos seguidos de uma crise que parecia não ter fim, serve de garantia para demonstrar a todos o caminho a ser seguido, em que pesem governantes aparentemente inadequados e até mesmo despreparados para assumir o comando.

Porque este é multifacetado, não mais pertence a uma pessoa ou um pequeno grupo ao seu redor. O comando, no aperfeiçoamento democrático que também experimentamos, é sempre relativo e sujeito com frequência ao julgamento dos comandados.

Quando impera o que podemos chamar de bem-estar, ainda que iniciando um novo ciclo, fortalecem-se os ideais democráticos e curiosamente um dos seus principais aliados é a plena liberdade de expressão e de informação, que também cabe – e como! – na publicidade de bens e serviços de consumo, procurando sub-repticiamente incutir na cabeça dos consumidores a própria e intransferível liberdade de escolha.

Portanto, o que mais se quer nesses períodos – e o Brasil começa a atravessar uma vez mais um deles – é a preocupação de se manter uma comunicação publicitária criativa e ao mesmo tempo fiel nas suas promessas, mantendo assim a sua condição de também ser um baluarte democrático.

Feliz 2020 aos nossos leitores!


Nossa matéria de capa desta edição revela como São Paulo, prestes a completar 466 anos no dia 25, revive seus bons momentos para geração de negócios, com a publicidade se sobressaindo no cumprimento de uma das suas principais funções de convencer o consumidor ao ato da compra.

Irmãos gêmeos da publicidade, os eventos cresceram e se multiplicaram, não apenas na cidade-capital, como também em toda a sua vasta e espalhada geografia. Eventos grandiosos e lucrativos para os seus promotores, que neles e por eles injetam maiores somas nos investimentos publicitários, uns ajudando os outros.

Detalhe importante nesse gigantesco movimento traduz-se na sua importância cultural, refletida nas campanhas e ativações das marcas.

Sem demérito para nenhuma outra unidade de federação brasileira, São Paulo demonstra, com essa sua força e poderio nos investimentos publicitários e promocionais, que pode ser comparada a muitos países do planeta, alguns deles plenamente superados pelo estado paulista.


A seção Encontros desta edição traz uma rica entrevista dos nossos jornalistas com Eduardo Lorenzi, CEO da Publicis, que discorreu sobre a sua trajetória profissional e se entusiasmou quando abordou as perspectivas do mercado brasileiro a partir de agora, reconhecendo a importância da melhoria econômica que começamos a desfrutar.

Eduardo Lorenzi cita dois dados significativos dessa realidade: a garantia de que a Publicis vai crescer em 2020 no Brasil e o aumento do número de concorrências promovidas pelos clientes-anunciantes junto ao segmento das agências.


Destacamos, também nesta edição, a entrevista com Marco Bebiano, diretor do segmento de bens e consumo e tecnologia do Google. Bebiano acaba de assumir a presidência do IAB Brasil.


Lembramos ainda aos nossos leitores que a semana de circulação desta edição do PROPMARK precede o coquetel de lançamento da CNN Brasil, agendado para 28 de janeiro. Nossa coirmã mensal, a Revista Propaganda, dedicará em sua próxima edição extensa matéria sobre esse importante fato do nosso mercado de mídia, que engrandece o Brasil, por reconhecer os fatores que trouxeram a famosa sigla do mercado televisivo americano, dentre eles o garantido crescimento econômico do país e o seu reconhecimento do grande valor das práticas publicitárias.


Na noite desta segunda (20), o ministro Sergio Moro, uma das figuras públicas mais discutidas nos últimos três anos no Brasil, será o entrevistado do programa Roda Viva da TV Cultura.


Aviso aos jovens navegantes da sua primeira viagem ao Cannes Lions: imperdível para vocês a matéria nesta edição sobre a abertura do cadastramento para o Young Lions Brazil, primeiro passo para a caminhada rumo ao festival de comunicação mais famoso do planeta.