Esta semana o Brasil ganhou sua própria versão do “Sleeping Giants”. Resumidamente, o perfil marca empresas em posts informando que seus anúncios foram veiculados em sites classificados pela própria iniciativa como veículos com “discurso de ódio e fake news”.
Grandes anunciantes do mercado brasileiro já se posicionaram. Caso de McDonald’s, Dell, Submarino, PicPay e Claro, entre outras.
Desde sua criação no início da semana, o perfil já recebeu elogios de nomes como o youtuber Felipe Neto e o apresentador Luciano Huck.
O perfil brasileiro teve o aval do criador norte-americano. Segundo a Folha de S. Paulo, Matt Rivitz, que fundou o movimento em 2016.
A iniciativa não agradou a todos. “Os jornais independentes são muito importantes e devem ser valorizados no exercício da liberdade de expressão. O @slpng_giants_pt precisa urgentemente deixar o viés ideológico de lado na hora de fazer suas supostas denúncias. Dormiram no ponto e acabaram mostrando a quem servem”, afirmou Fabio Wajngarten, chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
“Mídia alternativa que traz verdades omitidas”, classificou o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Aliás, após seu comentário, o Banco do Brasil, conforme noticiou o Estadão, decidiu liberar publicidade no site “Jornal da Cidade Online”, criticado pelo movimento Sleeping Giants.
Além disso, o perfil também foi criticado, pois focou suas críticas na primeira semana ao “Jornal da Cidade Online”, um veículo bolsonarista e de direita.
À parte a discussão política, o fato traz à tona outro velho debate no marketing digital: a culpa é do anunciante ou da plataforma que vende o espaço?
Estes sites de conteúdos duvidosos recorrem a uma estratégia em comum: usar a plataforma de monetização Google AdSense para converter em dinheiro os cliques.
Ao El País, a plataforma diz saber que os anunciantes podem não desejar que seus anúncios sejam atrelados a determinados conteúdos. “Mesmo quando eles não violam nossas políticas”, disse um porta-voz da empresa. “Temos políticas contra conteúdo enganoso em nossas plataformas e trabalhamos para destacar conteúdo de fontes confiáveis. Agimos rapidamente quando identificamos ou recebemos denúncia de que um site ou vídeo viola nossas políticas.”
Vale ressaltar que, apenas em 2019, o Google encerrou mais de 1,2 milhão de contas e removeu anúncios de mais de 21 milhões de páginas da web que violaram as políticas da plataforma.