Edmar Bulla, do Grupo Croma, Sabrina Salgado, da Latam, Sandra Martinelli, da ABA, e Loraine Ricino, da Gol (Crédito: Divulgação)

Dando continuidade a websérie ‘Perspectivas – uma visão setorizada da inovação’, a ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) e o Grupo Croma trouxeram nesta quarta-feira (26), as reflexões e atuais visões de mercado de Loraine Ricino, diretora de marketing da Gol e Sabrina Salgado, head de marketing da Latam.

“É importante entender as perspectivas e inovações de um dos primeiros setores que foram prejudicados com a pandemia. Além do setor em si, o turismo também acabou sendo afetado por conta do cancelamento de centenas de voos”, ressalta Sandra Martinelli, presidente executiva da ABA.

A transmissão comandada por Edmar Bulla, CEO do Grupo Croma, começou trazendo dados de uma pesquisa realizada pela agência que indica que 29% dos brasileiros sentem falta de poder viajar e 40% afirmam que pretendem voar após um mês da reabertura das atividades, mesmo que não haja vacina ou cura para o vírus da Covid-19. 

“Estamos pouco a pouco recuperando as vendas. Mas nada comparado ao que já existiu. Hoje, percebemos que as pessoas que viajam fazem isso por necessidade. O que chamamos de viajantes essenciais. Sobre os dados da pesquisa, estamos vendo um movimento. No entanto, percebemos que ainda há um medo do usuário em relação a segurança no avião. Até mais do que no entorno do aeroporto. Com isso, as companhias aéreas vem trabalhando em comunicações para informar que é seguro estar dentro de um avião. Estamos sendo mais claros e transparentes sobre coisas que nós já fazíamos. No momento em que isso ficar claro, as pessoas vão retornar a viajar a lazer”, diz Loraine Ricino, diretora de marketing da Gol.

Loraine: “Percebemos que ainda há um medo do usuário em relação a segurança no avião” (Crédito: Divulgação)

Com estudos que mostram que a probabilidade de uma pessoa contrair a doença – em um voo de cerca de duas horas – é de uma em quase cinco mil passageiros, as companhias investem em procedimentos que facilitam os processos na hora de viajar.  

“É importante que as pessoas tenham a consciência de que existe um protocolo enorme de segurança. Nós o seguimos e somos auditados por isso. Possuímos um filtro de ar que elimina a cada três minutos 99,99% das partículas de ar. Além disso, vamos estimular o passageiro a ter mais autonomia digital durante os procedimentos de compra, check-in e embarque. Temos um projeto de tecnologia que deve sair nos próximos 60 dias, que vai mudar a experiência do nosso cliente em relação à companhia. Este é um projeto que demoraria 18 meses de desenvolvimento, mas impulsionado pelo contexto de pandemia, ele vai sair em oito”, comenta Sabrina Salgado, head de marketing da Latam.

Ainda segundo a executiva, é preciso entender a tecnologia como o meio e não o fim. “Já implementamos em alguns aeroportos o atendimento remoto. Uma pessoa atende o passageiro no aeroporto, mas de forma virtual. Então, trazemos inovação, mas sem perder a característica humana. Logo também vamos anunciar com o Itaú novas parcerias”, adianta.

Sabrina: “Vamos estimular o passageiro a ter mais autonomia digital durante os procedimentos” (Crédito: Divulgação)

Apesar do distanciamento social, imposto no país nos últimos cinco meses, Loraine acredita que o momento também serviu para aproximar as pessoas e entender os seus desejos e anseios. “Não olhamos apenas para o cluster, mas, sim, para cada pessoa individualmente. Muitas pessoas dentro de um avião estão viajando pela primeira vez e essa experîencia é marcante. Levo como aprendizado dessa pandemia a nossa capacidade infinita de criar. Seja trazendo inovação em nossos produtos ou na forma como prestamos serviços. Acredito que nunca mais vamos deixar de falar sobre questões que pareciam básicas para o nosso setor, mas que para o público não eram tão óbvias. Então, não vamos deixar de falar sobre sanitização, higienização e segurança dentro do voo. Vamos trazer mais clareza sobre a indústria”, finaliza.