A ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) e o Grupo Croma realizaram nesta quarta-feira (22) o sexto encontro da série “Perspectivas – uma visão setorizada da inovação”. A iniciativa mostra que a união, neste momento de preservação de vidas e negócios, é importante também entre concorrentes.
Participaram da edição sobre higiene pessoal os profissionais Candice Pomi, consumer strategic insights director for Latin America da Kimberly-Clark, e Ricardo Wolff, VP de estratégia e marketing da Johnson & Johnson.
Na abertura, Sandra Martinelli, presidente executiva da ABA,ressaltou a importância da iniciativa. ” A ABA se orgulha em promover junto com o Grupo Croma esses bate-papos entre os maiores anunciantes do nosso quadro de Associados e em cada episódio inspirar o instinto de evolução”, diz.
Edmar Bulla, fundador do Grupo Croma, falou sobre o tema. “Falar de higiene pessoal onde muitos não têm acesso a saneamento básico parece incoerência. Mas não. Os hábitos de higiene evoluíram muito no Brasil. Em tempos de pandemia o cuidado se transformou em prevenção. O mercado de higiene pessoal apresentou crescimento em volume e em valor. Mas agora olha o segundo semestre. Quais caminhos vamos seguir?”, diz.
A seguir confira as visões de Wolff e Candice para alguns tópicos.
PALAVRA QUE DEFINE SETOR
Candice Pomi, consumer strategic insights director for Latin America da Kimberly-Clark: “Basicamente a palavra é cuidado e proteção. Seja com a casa que virou o novo o novo santuário do consumidor ou que era delegado, e o próprio auto cuidado que muitas vezes eram negligenciados, as pessoas meio que tomaram as rédeas disto novamente. De alguma forma existe uma conexão um pouco maior durante esse momento de pandemia. É um ressignificado de cuidado.”
Ricardo Wolff, VP de estratégia e marketing da Johnson & Johnson: “Também destaco cuidado. Com a pandemia o cuidado com si próprio e com o outro subiu outro patamar. Beira o pensamento mais preventivo e não só reativo. Agora passa a ser um cuidado mais rotineiro. Esses homens sempre tem alguma interação com o ambiente externo acontecendo e o cuidado com a higiene pessoal faz a diferença em garantir que você se blinda dentro do possível.”
MUDANÇAS NO SETOR
Ricardo Wolff: “Não tem como não mudar. Ajudamos a eucar as crianças com Johnson’s Baby a como lavar as mãos corretamente. Tem toda uma rotina nova que começa a surgir e tudo indica que veio para ficar. Tudo isso vem calcado em ciência e conhecimento do produto. Você tem que lavar com cuidado entre os dedos as unhas, tem toda uma rotina nova e começa a surgir. Ao que tudo indica veio para ficar porque se vira hábito e sendo saudável ele ganha uma relevância.”
Candice Pomi: “O primeiro semestre do setor de higiene não foi ruim. São produtos de ordem essencial, não podem parar, não podia rer reuptura de gêndola quando o consumidor mais precisa. Nossa maior preocupação era essa. Para o segundo acho que a grande tendência é olhar para o consumidor de forma muito mais dinâmica. Temos perceber que a mudança vai acontecer e de forma exponencial.”
MAIOR TENSÃO NO COMEÇO DA PANDEMIA
Candice Pomi: “Ninguém sabia o quanto a pandemia ia durar. Então acho que a primeira foi como fazer projeções, colocar o time para pensar não como um cabeça de economista, mas se colocar no lugar do consumidor, vendo o que estava acontecendo nos lares, entendendo que tinham pressões externas e internas. Para a partir daí começar a projeções.”
Ricardo Wolff: “A primeira foi mais interna, para garantir continuidde e que todo mundo estivesse bema no home office. E do ponto de vista de continuidade, garantir conectivade para todos. A segunda grande tensão é de fato essa indefinição, não saber por quanto tempo.”
O QUE LEVAR PARA SEGUNDO SEMESTRE
Candice Pomi: “A conexão online funciona para fazer os produtos chegarem os nossos consumidores e para a gente se conectar com ele, aprender e devolver algo relevante e conveniente para ele. Quando a gente fala de higiene tanto pessoal quanto da casa precisamos entender que o envolvimento desse consumidor com alguns dos produtos é altíssimo porque estão conectados com pessoas que eles amam, por exemplo, fraldas geriátricas, absorventes… Temos que chegar da melhor e mais prática forma para ele ter tempo de se dedicar para outras coisas que também são importantes. Fizemos um trabalho de inovação de cooperação de forma digital. Nos conectamos durante uma semana por 16 horas e foi incrível. Tem essa questão do digital e de assumir o risco de tentar. Porque não nos resta outra alternativa que não arriscar, tentar e aprender. Todo ano juntamos pessoas de diferentes funções para uma sabatina e pensar em coisas para o futuro. Não só aprendemos, mas criamos muitas ideias. Além de chegar no objetivo, inovamos o processo de gerar inovação aproveitando para romper o mito de que somente funcionaria com todos sentados na mesma sala olhando um para o outro. Fizemos de forma digital com participantes de países diferentes. Tudo funcionou… então por que não?”
Ricardo Wolff: “O que levo até para poder correr mais risco é colaboração no seu mais amplo sentido. Em casa, com clientesm consumidor e parceiros. É esse pensamento conjunto que vai encontrar os novos caminhos e permitir a fluidez. Não dá para abraçar o mundo sozinho. É preciso uma rede de suporte e colaboração.”
OPORTUNIDADE DE ESTIMULAR SETOR
Ricardo Wolff: “Sou do tipo do copo meio cheio. Para mim a oportunidade sempre existe e está próxima ao comportamento, de entender o que vem acontecendo com ele. Por exemplo, as visitas ao ponto de venda estão diferentes: menos frequentes, mais rápidas e direcionadas. Não tem aquele tempo do consumidor circulando solto pela loja e chegando para as novidades. Então o foco no essencial, no relevante, garantir que o execução do PDV está fácil, clara, tudo organizado e estruturado é mais importante do que nunca. O consumidor que encontrar rápido aquilo que ele precisa, saber onde estão os itens essenciais ou ter muita clareza de qual a diferenciação daquele item que ele poderia considerar. Esse foco e ter o portfólio essencial para aquele consumidor que está entrando na loja vai fazer toda a diferença.”