O resgate de mais de 1500 animais do canil clandestino Céu Azul em Piedade (SP) está mobilizando ativistas, simpatizantes da causa e marcas. A Polícia Ambiental estourou o lugar na última quinta-feira (14) e pediu ajuda para a ativista e defensora de animais Luisa Mell, que ampliou o alcance da denúncia nas redes sociais.
Em resposta ao apelo dela por empréstimo de ônibus para acelerar o resgate, a Click Bus e a Dog Hero contribuiram com seis ônibus e voluntários. Já a rede Cobasi doou 300 caixas de proteção para transportar os animais em segurança. Luisa agradeceu às empresas pelos stories dessa sexta (15) e disse que há mais para agradecer.
Famosas como Anitta e Lexa também se juntaram a causa, com doações e pedidos aos seus respectivos seguidores.
Petz se pronuncia
Na mesma sequência de posts, a ativista lembrou que o local fornecia filhotes para grandes redes de petshops e denunciou a Petz como uma das compradoras. Luisa postou um “prontuário de devolução de filhotes ao criador”. O documento, de 13 de janeiro deste ano, afirma que o animal estava com tosse.
Desde a denúncia, a empresa recebe críticas e cobranças em seus perfis nas redes sociais, especialmente no Instagram e no Facebook. “Deixei de curtir essa empresa, muito estranho não poder avaliar o mesmo pelo Facebook. Sempre fui cliente da Petz, mas a empresa não tem respeito com os animais, não tem respeito com os consumidores. Como podem vender animais de um canil clandestino, sem nenhuma adequação, documentos, alvará, licença da prefeitura, como podem devolver animais “defeituosos”. Como podem ainda se isentar da responsabilidade de conhecer seus fornecedores? Enquanto comercializarem animal nunca mais volto a comprar nessa loja. Por favor, troquem seus espaços de vendas para doações. Façam a diferença”, comentou uma seguidora.
Após a repercussão, o presidente da empresa, Sergio Zimerman, se pronunciou em um vídeo no Instagram da marca. O executivo pediu desculpas e firmou o compromisso de rever todos os processos de controle com os criadores que fornecem para a rede.
“Gostaria de compartilhar toda a minha indignação com as cenas horríveis e chocantes que vimos sobre o criador em Piedade na data de ontem. Temos todo um processo de homologação e fiscalização com os criadores. Podem ter certeza todo o processo nunca havia constatado uma situação irregular nesse canil. Mas a verdade é que alguma coisa deu errado, alguma coisa falhou. A primeira coisa que consigo fazer é pedir minhas sinceras deculpas pelo ocorrido e assumir um compromisso com vocês. Vamos revisitar todos os processos com os nossos criadores. Se não tivermos condições de assegurar que isso não ocorra mais tomaremos a decisão de não vender mais filhotes nas nossas lojas. Esse é um compromisso que quero pessoalmente assumir com vocês”, afirmou. Assista abaixo.
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A Petz também tem respondido aos comentários indivialmente afirmando que suspendeu a parceria com o canil e que segue rigorosos procedimentos. “Diante das denúncias relacionadas ao canil, tomamos a decisão de suspender o relacionamento com esse criador. Enfatizamos que criadores e ONGs parceiros são visitados regularmente por veterinários especialistas que seguem rigorosos procedimentos para garantia do bem estar animal”, afirma a empresa.
Denúncia
Segundo Luisa, esse resgate é o maior que o Instituto Luisa Mell já fez e “possivelmente, o maior já feito”. Uma pesquisa indicou que o maior foi de cerca de mil animais nos Estados Unidos.
A Prefeitura de Piedade informou que o canil não tinha autorização para funcionar. No local cheio de cães de raça, como shih-tzu, maltês e spitz alemão, foram encontrados medicamentos vencidos e proibidos, animais doentes, cegos e machucados vivendo presos sem as condições adequadas.
No espaço também foi localizado um incinerador que, de acordo com as denúncias, seria usado para os cães mortos e “doentes”.
O total de animais no local, inicialmente estimado em 1500, deve ser bem maior porque há várias cadelas grávidas.
