Consumidores não veem uma postura de diversidade de marcas que atuam no mercado brasileiro. Pelo menos é o que aponta uma pesquisa realizada pelo Instituto QualiBest. De acordo com levantamento, apenas 24% dos consumidores ouvidos disseram conhecer alguma marca que tenha falado sobre diversidade.

Entre as marcas citadas estão Natura, do ramo dos cosméticos, seguida pelo O Boticário. Avon, Magazine Luiza, Dove, Salon Line, Coca-Cola, Renner e Adidas foram outras empresas citadas.

O estudo apontou ainda que as empresas não têm se aproximado  dos consumidores. A maioria dos entrevistados (57%) se sente pouco ou nada representada pelas peças publicitárias que elas criam – 34% dizem que não se sentem nada representados e 23%, pouco representados.

Apenas 3% dos ouvidos na pesquisa admitiram que se sentem totalmente representados pelas propagandas das marcas.

Apenas 24% dos consumidores ouvidos disseram conhecer alguma marca que tenha a diversidade (Divulgação)

PRONOMES
A pesquisa revelou que 46% dos entrevistados já têm familiaridade com a adoção de pronomes neutros, como “todEs” ou “todXs”, utilizados quando se pretende evitar a delimitação do gênero das pessoas com quem ou das quais se fala.

A mudança linguística, embora tenha surgido inicialmente nas redes sociais, vem sendo cada vez apropriada por empresas para se comunicar com seus clientes.

Essa, aliás, é uma demanda em ascensão dos consumidores: segundo os dados, quase um terço (31%) dos entrevistados consideram importante que as empresas adotem o pronome neutro em suas campanhas publicitárias ou outras formas de comunicação com o público, sendo que 20% deles consideram muito importante e 11%, importante.

“Tão interessante quanto os números a que chegamos é notar que são os grupos que mais dizem sofrer com discriminações, como mulheres, pessoas não binárias ou não heterossexuais, pretos e jovens da Geração Z, que se mostram simpáticos aos pronomes neutros”, explica Daniela Malouf, diretora-geral do QualiBest.

A pesquisa entrevistou 4 mil pessoas entre os meses de outubro e janeiro de 2021 por meio de uma pesquisa quantitativa on-line. Segundo o instituto, o estudo representou diferentes faixas etárias, classes socioeconômicas e regiões brasileiras, com o objeto de constituir o perfil médio do internauta brasileiro.