Segundo maior anunciante do mundo, a Unilever afirmou que pode retirar investimentos globais de publicidade no Facebook e Google, caso os gigantes digitais não se comprometam a combater as fake news, publicações de ódio e conteúdo tóxico dirigido a crianças.

Em discurso nesta segunda-feira (12) na Califórnia, EUA, Keith Weed, responsável pela área de marketing da Unilever, pediu que a indústria de tecnologia melhore a transparência e a confiança do consumidor em uma era de notícias falsas e conteúdo online tóxico.

“A Unilever, como anunciante respeitado, não quer anunciar em plataformas que não deem uma contribuição positiva para a sociedade”, disse o executivo na Califórnia.

“Não podemos abastecer uma cadeia digital que entrega quase um quarto dos nossos anúncios aos consumidores que, às vezes, é pouco melhor que um pântano em termos de transparência”.

Dona de marcas como Dove, Knorr e OMO, a Unilever gastou cerca de US$ 9 bilhões em publicidade no ano passado, de acordo com informações do mercado.

O discurso de Reed é mais uma forma de pressionar Facebook e Google a tomarem providências contra as fake news e os conteúdos extremistas. Nos últimos meses, ambos têm sido acusados de contribuir para espalhar as notícias falsas na rede ou permitir que conteúdo extremista ou com visões racistas e sexistas sejam exibidos junto com anúncios de grandes marcas, sem que elas estivessem cientes.

Globalmente, a P&G também pressiona o Google e Facebook a acabar com as fraudes no digital. No ano passado, a P&G – maior anunciante do mundo – cortou US$ 100 milhões em marketing digital em um trimestre e afirmou que não teve impacto nas vendas.

Folha

No mercado brasileiro, na última quinta-feira (8), a Folha anunciou a decisão de deixar de atualizar a sua página no Facebook, causando repercussão internacional. Para a Folha, após a mudança do algoritmo feito pela rede social – que dá menos visibilidade para jornalismo -, o Facebook deve aumentar a propagação das fake news.