Se você é também uma pessoa jurídica, mesmo que seja de um pequeno negócio, não deixe de anunciar. Use as plataformas adequadas, respeitando suas possibilidades de verba, mas anuncie.
Porque historicamente tem cabido à propaganda papel relevante na retomada dos negócios. Ela é uma das molas propulsoras do início do processo de recuperação da economia e quando você anuncia, não está apenas atraindo clientes para a sua pessoa jurídica, mas também ajudando a incentivar outros empresários a procederem da mesma forma, percebendo que o retorno desse investimento não só é uma certeza, como também contribui para levantar todo o mercado.
Todos respeitam o saber do professor Antonio Delfim Netto em relação às ciências econômicas. Até hoje – ele está com 88 anos – o ilustre brasileiro depõe na mídia sobre questões da sua área de atuação e estudo, não raro recomendando aos governos saídas para as diversas dificuldades que atravessam no setor em suas gestões.
Pois lembramos aos leitores que quando ministro da Fazenda, da Economia e do Planejamento, em governos passados, uma das suas preocupações e frequentes atitudes era recomendar à população comprar e aos empresários anunciar, pois só assim a roda da economia giraria mais rapidamente.
O professor Delfim costumava afirmar que o país era um doente crônico na aplicação dos seus recursos, gastando mais do que recebia.
Em muitas ocasiões, foi chamado para colaborar na solução dessa “doença” e conseguiu se sair sempre relativamente bem.
Os tempos mudaram, os governos e os ministros também, mas ficaram os ensinamentos dessa figura invejável do cenário econômico nacional: anunciar para o empresariado e comprar para os consumidores.
Não é tarefa fácil dentro de uma economia ora recessiva como a nossa. Mas, embora pareça contraditória, é a melhor saída para a crise que já dá sinais de arrefecimento.
O tempo que isso vai levar para ocorrer por completo depende de dois fatores básicos e indispensáveis no atual quadro brasileiro: a concretização do impeachment da presidente da República afastada e o aumento da crença pelas pessoas jurídicas de que quem não anuncia se esconde.
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É passado o momento de críticas ao governo brasileiro, por ter disputado – e vencido – o direito de sediar os Jogos Olímpicos que já estão se realizando em nosso país.
Devemos agora comemorar eventuais vitórias dos nossos atletas – e serão muitas –, confraternizar com as delegações estrangeiras (temos mais de 11.500 atletas iniciando as disputas das medalhas olímpicas) e com os representantes dos governos que vieram até nós para a abertura desse evento fantástico que é uma Olimpíada.
Além do mais, recepcionar com extrema alegria e afeto os turistas de todas as partes do planeta que se dirigiram ao Brasil motivados pelos Jogos Olímpicos, aproveitando para conhecer as diversas regiões deste país inigualável que é o nosso.
Como este jornal tem basicamente, como público-alvo, empresários, profissionais, prestadores de serviços em geral voltados para a comunicação do marketing, além do grande número de jovens estudantes que hoje se interessam mais que ontem pelas disciplinas dessa fantástica atividade que é o marketing em todas as suas ramificações, é de vocês, leitores, que chamamos a atenção para as campanhas e peças isoladas que têm ocupado os meios – sejam analógicos ou digitais – nestes últimos dias e prosseguirão sendo veiculadas não só até o encerramento dos Jogos Olímpicos, como além desse momento que será igualmente mágico como foi a cerimônia de abertura na noite de sexta (5).
Temos para nós que a Olimpíada, coincidindo com a diminuição da crise brasileira, foi mais uma prova de que Deus é brasileiro, no que até os ateus acreditam.
Pois a partir daqui e cada vez mais, os anunciantes voltarão a anunciar e os consumidores voltarão a consumir. As leis de mercado costumam se repetir em ciclos e o que veremos (já estamos vendo) não é mais do que uma repetição do que já foi e sempre será.
Pode-se discutir a causa e a intensidade da crise que se abateu sobre o país e suas origens, absolutamente condenáveis por terem sua origem em erros grosseiros cometidos pelos governos dito populistas (o Brasil é um dos poucos países do mundo onde os populistas são ricos).
Mas, de uma forma ou de outra acabaria por ocorrer, obedecendo ao determinismo da História, que se faz ver com maior força em países emergentes como o nosso.
O que temos a fazer a partir de agora é fazer da crise, que começa a se despedir, um aprendizado permanente a respeito do aperfeiçoamento da nossa cidadania, com maior aplicação sobre o que não deve ser feito.
Uma das muitas bandeiras que precisamos hastear é a da independência absoluta do nosso Judiciário. Não pode ser considerado independente, um poder cuja cúpula é escolhida a dedo pelos altos mandatários do Executivo, submetendo-se em seguida a uma inquirição política do Parlamento.
O Judiciário tem estruturas suficientes para internalizar o processo dessa escolha, mantendo assim a sua necessária e verdadeira independência.
Armando Ferrentini é diretor-presidente da Editora Referência, que publica o PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda