Nesta quinta-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro sancionou a criação do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual (PL 4.968/2019 / Lei 14.214), mas vetou a distribuição gratuita de absorventes femininos para estudantes de baixa renda e mulheres em situação de rua. Mas essa era a principal medida para combater justamente a pobreza menstrual, ou seja, a falta de acesso ou a falta de recursos para comprar os produtos.
Sem citar diretamente a decisão do governo, marcas de absorventes que estão falando sobre o tema pobreza menstrual se posicionaram a respeito do tema.
“O nosso compromisso no combate à pobreza menstrual vai continuar”, escreveu Always, da P&G, no Instagram. “1 em cada 4 meninas está faltando à escola por não terem acesso a absorventes. Nós não vamos parar até que a Pobreza Menstrual seja apenas uma história distante no Brasil. #MeninaAjudaMenina“, completa o post.
Em maio desde ano, Always inicia uma campanha pelo Fim da Pobreza Menstrual, como parte do guarda-chuva #MeninaAjudaMenina. À época, a empresa divulgou também uma pesquisa feita pela Toluna, com 1124 brasileiras, de 16 a 29 anos, nas cinco regiões do país, entre fevereiro e março de 2020.
Entre os dados revelados o material apontou que uma em cada quatro meninas já faltou a aula por não poder comprar absorvente: 48% tentou esconder que o motivo foi a falta de absorventes e 45% acredita que não ir à aula por falta de absorventes impactou negativamente o seu rendimento escolar.
Também no Instagram, Sempre Livre, da Johnson & Johnson, lembrou que mais de 11 milhões de pessoas que menstruam são afetadas pela pobreza menstrual e que mais de 93% das pessoas que convivem com essa vulnerabilidade não sabem o que isso significa.
“Dignidade menstrual é um direito, não um privilégio. E a informação é o primeiro passo para alcançá-lo. Mas ainda tem muito a ser feito pela frente. E a gente acredita que, juntos podemos mudar essa realidade”, diz o post. O texto anunciou também o clipe “Dignidade Pra Fluir”, feito com a marca Carefree e a cantora Bivolt.
A empresa trabalha a plataforma Tamo Juntas, que reúne informações e as ações que estão sendo feitas pelas duas marcas. Divulgado no mês passado, um estudo feito com os institutos Kyra e Mosaiclab mostrou que 28% das mulheres de baixa renda são afetadas diretamente pela pobreza menstrual, que 29% tiveram dificuldades financeiras nos últimos 12 meses para comprar produtos para menstruação e 21% têm dificuldade todos os meses.
Também engajada no tema, em abril deste ano a Intimus, da Kimberly-Clark apresentou a iniciativa “Eu sou um novo ciclo”, movimento global que continua a campanha #ChegadeEstigma, lançada em 2020 para debater e questionar o estigma da menstruação. O assunto também é trabalhado na iniciativa Ela Pode, projeto de conscientização e empoderamento feminino.
A marca está atuando nos últimos anos com uma série de ações para ajudar a diminuir o impacto da pobreza menstrual, sempre incentivando o progresso e o questionamento ao estigma da menstruação. “Entendemos a importância do tema e a necessidade de oferecer dignidade menstrual para quem menstrua. Por isso, o tema tem sido tratado como prioridade em nossas ações e seguiremos atuando fortemente para minimizar as consequências da pobreza menstrual na vida de tantas pessoas”, informou em nota.
Nesse sentido, só no último ano, Intimus distribuiu mais de 2 milhões de produtos, 2, 5 mil consultas ginecológicas e cartilhas com conteúdo sobre menstruação e saúde íntima, que também está disponível no site da marca.
Vamos juntas?
Na esteira do assunto e considerando a atuação essencial das marcas para o avanço do tema no país, PROPMARK convidou as três – Always, Sempre Livre e Intimus – para uma conversa sobre a pobreza menstrual, a evolução desse assunto na sociedade brasileira e o papel das anunciantes nessa trajetória. Detalhes serão informados em breve.