O uso dos recursos digitais na publicidade é comum hoje tanto na direção de arte quando na mídia. Para algumas criações, no entanto, a ilustração manual segue sendo a melhor escolha. Em certos casos, com técnicas que levam um toque artístico ao resultado final, como a aquarela. É esse o tipo de trabalho que o estúdio UP Ilustração vem fazendo, com o publicitário e artista plástico Renato Palmuti à frente de um estilo de trabalho que transpôs as exposições e chegou ao mercado publicitário.
Há 11 anos no comando do UP, Palmuti conta que, antes de iniciar o estúdio, trabalhou como diretor de arte em diversas agências, mas sempre mantendo as artes plásticas como uma opção de trabalho paralelo. “De uns anos para cá, venho tentando trazer a parte artística para a publicidade”, explica.
Nessa linha, o primeiro trabalho artístico de Palmuti com viés publicitário foram as ilustrações em aquarela de vários pontos turísticos paulistanos que estampam os cartões do Bilhete Único de São Paulo, uma encomenda da nova/sb para a prefeitura da capital paulista. “Essa arte do Bilhete Único teve muita visibilidade e acabou mostrando uma nova tendência do mercado de ilustração, de sair um pouco da esfera digital, que pode acabar engessando um pouco o ilustrador”, lembra. “Existe também um desejo dos diretores de arte e das marcas de querer algo mais palpável e menos digital. Lógico que o digital vai continuar existindo, mas com ares mais frescos. O próprio Photoshop hoje tem ferramentas e pincéis mais naturais”, comenta.
Marcas
No portfólio da UP, várias marcas já aderiram ao estilo aquarela para comunicações variadas, entre elas O Boticário, via New Content; Schincariol, via Leo Burnett Taylor Made; Pão de Açúcar, via Havas; e Hering – esta última em uma negociação recente com a BETC. “Artistas e agências não têm muito contato. Mas tem muito trabalho bom sendo feito nas artes que pode ser incorporado na publicidade. Sinto isso como algo benéfico”, aposta Palmuti.