Nascida em 2005 na Argentina, a agência A Viagem de Odiseo — ou apenas Odiseo — está ampliando significativamente sua presença e plano de atuação no Brasil. A operação foi idealizada por Ernesto van Peborgh baseado na teoria das mídias de Marshal McLuhan, que afirma que mudanças culturais acontecem a partir do surgimento de novos meios de comunicação — no caso da agência, a visão da força das mídias sociais.
A intenção de van Peborgh é utilizar a cultura trazida pela social media, que dá voz e participação ativa a partes que até então apenas ouviam, para solucionar problemas de comunicação e otimizar processos internos e externos. “A publicidade mudou do simples impacto ao ato participativo, colaborativo. Nosso DNA carrega a ideia de criar redes que facilitem a conexão de diferentes públicos e gerem valor ou contribuições positivas”, explica o fundador da Odiseo.
O primeiro cliente da empresa foi a Natura, para quem já criou projetos internos, como um espaço que atraía a troca de experiências entre as revendedoras, gerando impressões relevantes sobre os produtos, até à criação de um de seus principais cases, voltado ao público externo: o portal Adoromaquiagem.com.br, que procura atrair e concentrar um alto fluxo de interações em torno do tema, tendo a marca como participante no mesmo nível que as demais interessadas. Também estão entre as empresas atendidas pela Odiseo: Telefônica (na Argentina e Europa), Grupo Pão de Açúcar, Fundação Nacional da Qualidade, Monster, iStockphoto, Coca-Cola e Tenaris. “O primeiro passo do nosso trabalho é sempre idealizar uma forma de ativar o público, sendo interno ou externo, para um objetivo maior, seja no desenvolvimento, divulgação ou fortalecimento de marcas ou produtos”, analisa Renato Dias, sócio-diretor da operação da Odiseo no Brasil.
No último ano, a agência ganhou escritório local, já que até então todo o trabalho para clientes brasileiros era feito direto da Argentina. Hoje com 12 pessoas, a Odiseo já se mudou para uma sede maior, em São Paulo, e pretende dobrar a equipe nos próximos 12 meses. Segundo Dias, o maior desafio da empresa atualmente é consolidar no mercado brasileiro o conceito das redes sociais indo além das já existentes ou da simples figuração e monitoramento. “As empresas já estão usando as redes sociais para fazer comunicação, mas se não existir um olhar mais profundo daquilo que pode ser feito, o sucesso fica comprometido. Nosso trabalho hoje é, principalmente, levar essa cultura mais ampla para dentro dos clientes”, destaca o sócio brasileiro. “É preciso que as empresas entendam essa nova lógica, senão elas continuarão fazendo essa comunicação unilateral que vem da mídia tradicional também nas redes sociais, perdendo uma grande oportunidade”, alerta van Peborgh.