Com 17 anos de atividades na Ambev e mais recentemente como vice-presidente de marketing, a executiva Paula Lindenberg deixa essa posição no fim de 2018 e assume, em janeiro de 2019, como CEO da AB Inbev no mercado do Reino Unido. Seu substituto no Brasil será Ricardo Dias, atualmente na operação do grupo no México como VP da área mercadológica. Nessa transição, mais do que levar um olhar brasileiro e feminino para o país europeu, Paula quer assimilar bem o comportamento de consumidores em um mercado mais evoluído, assim como fez quando passou uma temporada em Nova York.
Com um time de 60 profissionais, mais os das agências envolvidas, entre as quais a Africa (Budweiser e Brahma), AlmapBBDO (Antarctica), F/Nazca S & S (Skol), Wieden + Kennedy (Corona) e Crispin Porter + Boguski (Stela Artois), além da BFerraz e Banco de Eventos para ações de brand experience e ativação, Paula usa como centro do seu modelo de gestão o tripé formado por arte, disciplina e ciência. Em sua opinião, o vetor arte se resume em usar a criatividade para chamar a atenção em uma época na qual as pessoas fogem da comunicação e podem fazer uso de adblockers; a parte científica é para reconhecer consumer insights, detectar tendências, antecipar gaps de posicionamento e de inovação “que ainda não estão no radar com skills mais fortes do ponto de vista estratégico”; e ter disciplina para executar planejamentos em sincronia com as demais áreas da empresa.
“Trabalhamos com um calendário que envolve verão, Carnaval e Copa do Mundo, por exemplo. O timing é muito importante para tudo dar certo. Essa disciplina precisa estar presente para que, quando o comercial estiver na TV, a ambientação do PDV também esteja pronta e o produto disponível. Isso requer criatividade para chamar a atenção e construir marca. Uma peça publicitária tem de ser relevante o suficiente para o consumidor compartilhá-la com seus amigos. Uma comunicação sem isso não vende. Por isso cada uma das nossas marcas tem um ponto de vista claro. A Skol nasceu para trazer uma visão nova para as cervejas”, argumenta Paula.
Se pretende aprender com os ingleses, a experiência brasileira pode dar liga na Europa. “O time brasileiro de marketing une energia, dedicação e paixão. Trabalhamos como se fôssemos donos, uma cultura da Ambev, e nos divertimos muito com o que fazemos. Sempre trago isso para o meu dia a dia e não vai ser diferente no Reino Unido. Tenho vontade de fazer diferente e sentir que tudo é possível para fazer as provocações certas. Estou me preparando para esse desafio com muita leitura e conhecimento da equipe, para entrar na conversa desse mercado e saber o que é e o que não é importante. Mas vou observar o futuro de novo”, finaliza Paula.