A 15 dias para o início dos Jogos Olímpicos — a abertura é dia 27 —, mais um dos principais patrocinadores de Londres 2012 é motivo de polêmica. Nesta quarta-feira (11), na plenária da Assembleia de Londres, organização formada por vários comitês que trabalham pelos interesses institucionais da capital britânica, foi feita uma moção contra a Dow Chemical, um dos 11 patrocinadores mundiais das Olimpíadas.
A Assembleia de Londres pede para o Comitê Olímpico Internacional “repensar” seu relacionamento com a Dow. A empresa é dona da Union Carbide, que em 1984 enfrentou acidente em uma fábrica de pesticida na cidade de Bohpal, na Índia, com vazamento de um gás letal que deixou cerca de 3,5 mil mortos na época do acidente e outros cerca de 15 mil nos anos seguintes, vítimas de doenças relacionadas à inalação do gás. O contrato de patrocínio da Dow com o COI tem validade até 2020. O valor do contrato é estimado em £ 7 milhões, cerca de R$ 22 milhões.
Um dos autores da moção contra a Dow argumenta: “Quase 30 anos após o terrível desastre em Bhopal, o local da fábrica ainda não foi devidamente limpo e os sobreviventes e as famílias das vítimas ainda lutam por indenizações. Está na hora de o COI e o Locog (comitê organzador das Olimpíadas de Londres) levarem a sério o seu código de ética e sustentabilidade”. Procuradas pelo propmark, a Dow Chemical e a Locog não se posicionaram até a publicacão desta matéria.
No texto da moção, a Assembleia afirma que a decisão do COI de escolher a Dow como parceira mundial causa danos à reputação dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Londres 2012. “Esta Assembleia acha que o COI e os comitês organizadores locais deveriam considerar os valores éticos, sociais, ambientais e de direitos humanos quando definirem seus negócios de patrocínio”.
Há pouco menos de um mês, no último dia 20 de junho, a Assembleia de Londres também criticou o COI e o Locog pelo envolvimento com McDonald’s e Coca-Cola, duas marcas que também estão entre os principais patrocinadores das Olimpíadas de Londres. A Assembleia pediu a introdução de critérios para a escolha de patrocinadores que excluam empresas de comida e bebida “fortemente associadas a produtos com alta caloria, ligados à obesidade infantil”. Procurados pelo propmark, McDonald’s e Coca-Cola também não se posicionaram sobre o pedido da Assembleia de Londres.