O publicitário Alexandre Bassora, fundador e diretor-geral de criação da Audaz, defende que as agências atuem como consultorias (Divulgação)

A cidade de Americana, localizada a 129 quilômetros da capital paulista, abriga uma das agências mais prósperas do interior de São Paulo. Fundada em 1999 pelo publicitário Alexandre Bassora, a Audaz cresceu 20% no ano passado em novos negócios e começa 2021 com a perspectiva de aumentar entre 20% e 30% a captação de novos projetos.

Grupo Fleury, Demarest Advogados, CCS Tecnologia e Pacaembu Autopeças são algumas das contas que passaram a fazer parte de um portfólio onde já estavam Avery Dennison, Achieve Languages, São Lucas Saúde/GNDI e CPFL Energia, entre outras marcas.

“Uma agência de propaganda é uma casa de negócios que ajuda os clientes a se transformarem por meio da comunicação, do design e da tecnologia”, define Bassora. Mas para que as portas estejam sempre abertas, a Audaz reforça os pilares erguidos sobre o trabalho de consultoria.

O propósito da agência é entender o negócio do cliente antes mesmo de começar o trabalho de comunicação para fazer conversões criativas embasadas no princípio da verdade. “Marcas fracas não constroem imagem. O mercado em rede não perdoa”, lembra o diretor-geral de criação da Audaz.

Da base consultiva, vem também a postura agnóstica com relação à mídia, que é planejada conforme o contexto do cliente. Dessa premissa, nascem projetos – como o que foi feito para as marcas do Fleury, que levaram informação e prestação de serviço sobre saúde em um momento em que as pessoas estavam ávidas por explicações relacionadas à Covid-19.

Gestão
A performance da Audaz acompanha as mudanças puxadas pela pandemia do novo coronavírus. Uma das investidas é o projeto Fala Maria!. “É uma plataforma de transformação da agência em um formato totalmente digital. Em breve, teremos uma spin-off da Audaz. É um novo business da agência”, antecipa Bassora.

Segundo o executivo, a decisão reflete os ensinamentos observados na quarentena, começando por uma preocupação social com a cadeia de fornecedores – produtores de áudio, por exemplo, poderão ser acionados por empresas interessadas em gravar jingles. Do desejo de linkar as pessoas impactadas pela crise, a ideia ganhou força como negócio e já tem como meta converter 10% da receita para ações sociais.

A mudança no formato de trabalho da agência é outro aprendizado. Hoje, a rotina dos 60 colaboradores da Audaz está dividida entre três dias presenciais e dois a distância. “Vimos pessoas retornando para Americana”, relata Bassora. Com mais de 30 anos de carreira, o fundador da Audaz entende que, hoje, os desafios dos grandes centros se igualam ao interior com demandas nacionais.

Em compensação, o interior sai na frente quando o assunto é gestão de pessoas. Bassora garante que a Audaz não se pauta por agendas de trabalho que varam a madrugada. “Quem não vive a sua vida não sabe retratar a realidade das pessoas na propaganda. É uma contradição”, analisa.

Os ares vindos do interior ainda caracterizam a força motriz do Brasil. Dados do Índice de Potencial de Consumo – IPC Maps 2020 -, apurados pela IPC Marketing Editora, projetam uma representatividade de 28,29% das capitais no mercado de consumo, enquanto o interior fica com uma participação estimada em 54,8%.